(em breve) Litigância ambiental no Bioma Caatinga

um olhar jurídico propositivo à luz da realidade judicial potiguar

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18226/22370021.v15.n1.07

Palavras-chave:

AMBIENTAL, CAATINGA, GOVERNANÇA, JUSTIÇA, LITIGÂNCIA

Resumo

RESUMO: Este artigo trata de pesquisa empírica sobre o fenômeno da litigância ambiental, com foco nas suas implicações para o bioma caatinga, em específico, analisando julgados no âmbito do Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Norte – TJRN. O propósito do texto é abordar os conflitos socioambientais de uma forma diferente do tratamento convencional. Isto é, trazer conceitos e práticas progressistas: a governança judicial socioecológica, a justiça socioambiental e o compromisso significativo, como novas formas de lidar com as múltiplas e complexas interações entre questões econômicas, sociais e ambientais. Nessa perspectiva, revela-se que ainda é recorrente na esfera judicial o emprego de métodos jurídicos tradicionais para solução dos litígios ambientais, isolando e negligenciando as interconexões necessárias à efetivação do desenvolvimento sustentável. Como método de pesquisa, o texto possui dupla combinação entre análise teórica e estudo de casos práticos com implicações e consequências sobre o bioma caatinga. Em termos de resultados mais impactantes, evidencia-se a necessidade de que o poder judiciário supere às limitações hermenêuticas e procedimentais, em direção a um ativismo ambiental transformador na proteção do bioma caatinga. À vista disso, a litigância ambiental é capaz de revelar para os juízes a importância de um maior diálogo e participação na tomada de decisões judiciais. No que se refere aos objetivos, foram atingidos na medida em que o problema da pesquisa encaminha para aspectos propositivos, como uma nova governança judicial voltada para a justiça socioecológica a ser implementada de modo colaborativo por compromissos assumidos entre diversos atores sociais. Todavia, para que a proposta encampe resultados protetivos do bioma caatinga exige-se maior engajamento judicial por meio de experimentação e do rompimento das barreiras culturais e estruturais do sistema judiciário tradicional.

Palavras-chave: ambiental; caatinga; governança; justiça; litigância.

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Biografia do Autor

Marcus Tullius Leite Fernandes dos Santos, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Professor do Curso de Direito da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte – UERN e da Universidade Federal Rural do Semi-árido - UFERSA. Doutor em Direito pela Universidade de Brasília-UnB (2019). Coordena o grupo de estudos em Direito Ambiental e Judicialização - GEDAJUD, no âmbito da Universidade Federal Rural do Semi-árido - UFERSA. É Integrante do Grupo de Estudos e Pesquisa em Direitos Humanos, Desenvolvimento e Cotidiano - DHDC/UERN. Participa como pesquisador do Grupo de Estudos em Direito, Recursos Naturais e Sustentabilidade (GERN/UnB).

Thifany Kaliny dos Santos de Souza Queiroz, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Graduanda em Direito pela Faculdade de Direito da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN). Cursou técnico em Eletrotécnica (IFRN). Atualmente é aluna pesquisadora nos projetos de pesquisa Direitos Humanos, Desenvolvimento e Cotidiano e Ambiente, Desenvolvimento Sustentável e Processo. Ex-editora da Revista Acadêmica Lampiar. Fundadora do Projeto Social Viva Alegria, que trabalha com crianças dos bairros carentes da cidade de Mossoró-RN. Estudou Direitos Humanos na Fundación Universitaria Los Libertadores (FULL). Estudante participante em mobilidade acadêmica na Universidad El Bosque e Universidad Autonoma de Chiapas. Interessa-se por Direitos Humanos, Direitos Humanos Digitais, Políticas Públicas, Direito à Educação e Constituição, atuando principalmente no seguinte tema: Direitos Humanos Digitais.

Letícia Albuquerque da Silva, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Bacharela em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN; pós graduanda em Direito e Processo Constitucional pela LEGALE.

Érika Darllen Xavier Araújo, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Técnica em Meio Ambiente pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte - IFRN-Ipanguaçu;
Bacharela em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN;
Pós graduanda em Direito Constitucional e Direito Administrativo pelo GRAN CENTRO UNIVERSITÁRIO.  

Marília Mendes Soares, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Assessora Jurídica no Ministério Público do Estado do Ceará. Bacharela em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN.

Gabriela Cinthia de Oliveira Paiva, Universidade do Estado do Rio Grande do Norte

Graduada em Direito pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte - UERN. Técnica em Biocombustíveis pelo Instituto Federal do Rio Grande do Norte - IFRN-Apodi.  

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Publicado

14-07-2025

Como Citar

Santos, M. T. L. F. dos, Queiroz, T. K. dos S. de S., Silva, L. A. da, Araújo, Érika D. X., Soares, M. M., & Paiva, G. C. de O. (2025). (em breve) Litigância ambiental no Bioma Caatinga: um olhar jurídico propositivo à luz da realidade judicial potiguar. Revista Direito Ambiental E Sociedade, 15(1). https://doi.org/10.18226/22370021.v15.n1.07

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