Da sacralização do homem à prostituição da “MãeNatureza”: análise do ecofeminismo como possibilidade de ruptura à dominação dos seres

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18226/22370021.v11.n1.07

Palavras-chave:

Apropriação da natureza. Binarismo jurídico. Colonialismo. Dominação masculina. Ecofeminismo.

Resumo

À medida que a sociedade se complexibilizou, a natureza foi sendo instrumentalizada em prol das necessidades humanas, enfraquecendo a relação de respeito existente, a exemplo da colonização de territórios e pessoas pelo homem. A mulher foi, então, associada à natureza em uma construção social em que signos femininos são inferiorizados quando contrapostos à masculinidade, reforçando a dominação deste último como natural. O artigo propõe, portanto, a partir do método dialético, a explicitação das semelhanças entre feminino e natureza, para desconstruir os discursos de poder que permitem a perpetuação da exploração de seres,  humanos ou não, por meio da teoria ecofeminista, que defende a retomada da valorização da natureza e a união da nossa humanidade, fragmentada pela opressão.

Registro DOI: 10.18226/22370021.v11.n1.07   

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Isadora Forgiarini Balem, Universidade Federal de Santa Maria

Mestranda em Direitos da Sociedade em Rede pelo Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Bolsista da Capes. Especialista em Direito de Família pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS)

Valéria Ribas do Nascimento, Universidade do Vale do Rio dos Sinos

Doutora em Direito Público pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), com período de pesquisa na Universidad de Sevilla (US). Mestra em Direito Público pela Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc). Graduada em Direito pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Professora no Programa de Pós-Graduação em Direito da UFSM; Professora-Adjunta no Departamento de Direito da UFSM. E-mail: valribas@terra.com.br•Artigo7    

Referências

BENSUSAN, Nurit (org.). Seria melhor mandar ladrilhar? Biodiversidade: como, para que e por quê. Brasília: Editora da Unb, 2008.

BONNICI, Thomas. Teoria e crítica literária feminista: conceitos e tendências. Maringá: Eduem, 2007.BORDIEU, Pierre.A dominação masculina. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2014.CAPRA, Frijof. A teia da vida: uma nova compreensão científica dos sistemas vivos. São Paulo: Cultrix, 1996.

DOUZINAS, Costas. O fim dos direitos humanos. São Leopoldo: Editora da Unisinos, 2009.DUSSEL, Enrique. Meditações anti-cartesianas sobre a origem do anti-discurso filosófico da modernidade. In: SANTOS, Boaventura de Sousa; MENESES, Maria Paula. Epistemologias do Sul. Coimbra: Almedina, 2009. p. 283-336.

FARIAS, Leila Wanderléia Bonetti; ZOLIN, Lúcia Osana. A cruel necessidade de possuir: pós-colonialismo e patriarcalismo num conto de Clarice Lispector. “Terra roxa e outras terras”: Revista de Estudos Literários, Londrina, n. 11, p. 28-43, 1º jan. 2007. Disponível em: http://www.uel.br/pos/letras/terraroxa/g_pdf/vol11/11_4.pdf. Acesso em: 17 ago. 2018.INOUE, Cristina Yumie Aoki. Regime global de biodiversidade: o caso Mamirauá. Brasília: Editora da UnB, 2007.JUNGES, José Roque. (Bio)ética ambiental. São Leopoldo: Editora da Unisinos, 2010.

MOSCOVICI, Serge.Natureza: para pensar a ecologia. Rio de Janeiro: Mauad X, 2007.OST, François. A natureza à margem da lei: a ecologia à prova do Direito.Lisboa: Instituto Piaget, 1995.

PORTO-GONÇALVES, Carlos Walter. A globalização da natureza e a natureza da globalização.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.

QUIJANO, Aníbal. Colonialidad del poder y clasificación social. In:CLACSO. Cuestiones y horizontes: de la dependencia histórico-estructural a la colonialidad/descolonialidad. Buenos Aires: Clacso, 2014. p. 285-327. Disponível em: http://biblioteca.clacso.edu.ar/clacso/se/20140506032333/eje1-7.pdf. Acesso em: 18 ago. 2018.

ROSENDO, Daniela. Ética sensível ao cuidado: alcance e limites da filosofia ecofeminista de Warren. 2012. 156 f. Dissertação (Mestrado em Filosofia) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012. Cap. 1. Disponível em: https://repositorio.ufsc.br/bitstream/handle/123456789/103388/314919.pdf?sequence=1. Acesso em: 19 ago. 2018.

RUETHER, Rosemary Radford. Ecofeminismo: mulheres do primeiro e do terceiro mundo.Estudos Teológicos, São Paulo, v. 36, n. 2, p. 129-139, 1996. Disponível em: http://periodicos.est.edu.br/index.php/estudos_teologicos/article/viewArticle/818. Acesso em: 3 ago. 2018.

SANTOS, Laymert Garcia dos. Quando o conhecimento tecnocientífico se torna predação high-tech: recursos genéticos e conhecimento tradicional no Brasil. In: SANTOS, Boaventura de Sousa (org.). Semear outras soluções:os caminhos da biodiversidade e dos conhecimentos rivais.Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2005. p. 128-133

SHIVA, Vandana. Monoculturas da mente: perspectivas da biodiversidade e da biotecnologia. São Paulo: Gaia, 2003.

SHIVA, Vandana. Abrazar la vida: mujer, ecologia y supervivencia. Montevideo: Instituto del Tercer Mundo, 1991.

SHIVA, Vandana; MIES, Maria. Ecofeminismo: teoría, crítica y perspectivas, 2013. Disponível em: http://www.icariaeditorial.com/pdf_libros/ecofeminismo.

pdf. Acesso em: 19 ago. 2018.SILIPRANDI, Emma. Ecofeminismo: contribuições e limites para a abordagem de políticas ambientais. Agroecologia e desenvolvimento rural sustentável, Porto Alegre, v. 1, n. 1, p. 61-71, jan./mar. 2000.

ZHOURI, Andréa; LASCHEFSKI, Klemens. Desenvolvimento e conflitos ambientais: um novo campo de investigação. In: ZHOURI, Andrea; LASCHEFSKI, Klemens (org.). Desenvolvimento e conflitos ambientais. Belo Horizonte: Editora da UFMG, 2010. P. 11-32.

WARREN, Karen J. Michael E. Zimmerman, J. Baird Callicott, George Sessions, Karen J. Warren, and John Clark (ed.). Environmental philosophy: from animal rights to radical ecology. Englewood Cliffs, NJ: Prentice-Hall, 1993. p. 253-267. Disponível em: http://media.pfeiffer.edu/lridener/courses/ecowarrn.html. Acesso em: 16 ago. 2018.

Downloads

Publicado

14-05-2021

Como Citar

Balem, I. F., & do Nascimento, V. R. (2021). Da sacralização do homem à prostituição da “MãeNatureza”: análise do ecofeminismo como possibilidade de ruptura à dominação dos seres. Revista Direito Ambiental E Sociedade, 11(1). https://doi.org/10.18226/22370021.v11.n1.07

Artigos Semelhantes

<< < 6 7 8 9 10 11 12 13 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.