Ética empresarial e sustentabilidade: em busca de alternativas à luz da biologia
Palabras clave:
Desenvolvimento sustentável. Epistemologia ambiental. Interdisciplinaridade. Natureza. Racionalidade ambiental.Resumen
A presente pesquisa ocupa-se do ponto de encontro entre sustentabilidade e ética empresarial. Para tanto, foi adotado como marco teórico o conceito de ética apresentado por Hans Jonas e a concepção contra-hegemônica de sustentabilidade apresentada por Enrique Leff. Adotou-se, também, a visão de Juarez Freitas sobre a sustentabilidade como um princípio constitucional. Objetiva-se identificar como se dá a relação entre empresa e natureza, com um olhar crítico sobre a existência ou não de ética e sustentabilidade nessa interação. A partir da analogia com três conceitos da biologia (parasitismo, simbiose e protocooperação), serão verificados limites nessa relação, propondo-se, no final, uma nova forma de construí-la. Os dados foram coletados por meio da metodologia da pesquisa bibliográfica. Após, foi realizada a analogia e o diálogo entre os conceitos que foram levantados. Foi possível visualizar uma forma diferente de construir a relação entre empresa e natureza, que revela-se mais ética e de acordo com os requisitos de uma sustentabilidade contra-hegemônica, que vai além do aspecto biofísico. Nesse sentido, identificou-se o limite existente no diálogo hegemônico de sustentabilidade, o qual se funda em uma lógica de exploração, assemelhando-se ao conceito de parasitismo. Propõe-se, então, reconstrução dessa relação, a qual deverá ocorrer em duas vias. Na primeira via, entre empresa natureza deve ocorrer uma relação simbiótica: a empresa depende da natureza para existir e, portanto, relaciona-se com ela de modo benéfico que assegure a existência de ambas. Na segunda via natureza empresa, há uma relação análoga à protocooperação, em que a natureza só se relaciona com a empresa na medida em que é beneficiada com isso. Em outras palavras, afasta-se da base dessa relação a lógica de dano, exploração e reparação, para dar lugar à lógica do benefício, da coexistência harmônica, do desenvolvimento socioambiental, quando a natureza deixa de ser objeto de exploração para se tornar sujeito da relação.
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