Impactos sobre a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos e A Emergência de Doenças Infecciosas (EID): uma abordagem “uma saúde” na governança agrícola brasileira

Alexandre Altmann

doi:10.18226/22370021.v12.n2.03

Autores

Alexandre Altmann Universidade de Caxias do Sul https://orcid.org/0000-0003-2838-2445

DOI:

https://doi.org/10.18226/22370021.v12.n2.03

Palavras-chave:

one health, ecosystem services, biodiversity, agriculture governance, Amazon deforestation, Emerging Infectious Diseases.

Resumo

Os serviços ecossistêmicos são os benefícios que as pessoas obtêm dos ecossistemas e da biodiversidade. Eles são atualmente “invisíveis” ao mercado e às políticas públicas agrícolas em vigor no Brasil. O objetivo deste trabalho é demonstrar a importância destes serviços na contenção de pandemias e, portanto, incluí-los nos processos de tomada de decisão do setor agrícola brasileiro. A abordagem “one health” permite avaliar a relevância da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos para a governança e para as políticas agrícolas. O Brasil tem sete grandes biomas: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Caatinga, Pantanal, Pampa e o bioma marinho/costeiro. Eles abrigam uma biodiversidade exuberante, mas foram rapidamente convertidos em áreas de produção agrícola e pecuária. No total, 500.000 km² de ecossistemas brasileiros foram perdidos entre 2000 e 2018, uma área com o tamanho da Espanha. Com a expansão da fronteira agrícola sobre os ecossistemas, importantes serviços ecossistêmicos são perdidos, e entre estes estão os serviços de regulação de riscos à saúde, em particular os serviços de regulação de doenças infecciosas. Além das perdas em termos de Capital Natural, a degradação dos ecossistemas favorece a emergência de doenças infecciosas (EID), incluindo zoonoses com potencial pandêmico. As mudanças no clima, a perda da biodiversidade e o colapso dos serviços ecossistêmicos, juntamente com uma população cada vez mais vulnerável, são os principais fatores dos EIDs. O desmatamento da Amazônia pode, portanto, causar uma “tempestade perfeita”, pois proporciona a ligação entre os fatores necessários para o surgimento de doenças infecciosas que podem ameaçar a saúde global. É urgente incluir a biodiversidade e os serviços ecossistêmicos na contabilidade e na governança da agricultura brasileira para evitar novas pandemias e perdas no Capital Natural

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Biografia do Autor

Alexandre Altmann, Universidade de Caxias do Sul

Doctor (Law Faculty, University of Coimbra, Portugal). Lecturer in Environmental Law (Post-Graduate on Environment Law, University of Caxias do Sul, Brasil). E-mail: aaltmann@ucs.brFunding: this material is based upon research work funded under the MOPGA Program by the French Ministry for Europe and Foreign Affairs and managed by Campus France

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