O uso de uma situação-problema na aprendizagem sobre animais peçonhentos: um relato de experiência
Abstract
Animais peçonhentos produzem toxina e possuem alguma estrutura capaz de inocular a peçonha nas suas presas e predadores. Muitos desses animais são de interesse médico, tornando importante o ensino sobre eles para além do âmbito acadêmico. Neste trabalho é relatada a experiência da aplicação de uma oficina sobre animais peçonhentos realizada no Museu de Ciências Naturais da Universidade de Caxias do Sul (MUCS) em 2021 e 2022, cujos objetivos são identificar animais peçonhentos e não peçonhentos da Serra Gaúcha e desmistificar crenças acerca desses animais. A oficina consiste na apresentação de uma situação-problema que deve ser resolvida pelos estudantes. Inicialmente, os participantes classificam espécimes de animais em peçonhentos ou não peçonhentos a partir de seus conhecimentos prévios e das interações entre os colegas. A segunda tarefa trata da separação em “verdade” ou “mito” a partir da apresentação de fichas com afirmações sobre animais peçonhentos e venenosos, importância ecológica, primeiros socorros e medidas profiláticas. Após cada tarefa, são revistas e discutidas as conclusões dos estudantes, com base no conhecimento morfológico, comportamental e biológico desses grupos. Considerando as aplicações realizadas durante o período analisado, observou-se o engajamento dos estudantes, bem como a participação e o interesse acerca dos temas abordados. Notou-se que crenças iniciais e pouco fundamentadas sobre riscos oferecidos por animais e cuidados em caso de acidentes foram repensadas. A oficina é uma boa alternativa para complementar o ensino de temas como zoologia, ecologia, taxonomia, entre outros.
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