A interpretação judicial do Supremo Tribunal Federal sobre o Constitucionalismo Climático

um estudo de caso sobre a ADPF nº 708 sobre o Fundo Clima

Autores

Palavras-chave:

ADPF nº 708, Fundo Nacional sobre Mudança do Clima, Constitucionalismo climático, Interpretação Judicial

Resumo

Neste artigo realiza-se um estudo aprofundado acerca das decisões e argumentos levantados na Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) nº 708 do Supremo Tribunal Federal (STF), que tratou do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima), objetivando-se demonstrar os principais impactos jurídicos da decisão para o reconhecimento de um constitucionalismo climático. Justifica-se a temática diante de sua relevância e atualidade, uma vez que as mudanças climáticas têm gerado uma constante preocupação na sociedade, ensejando uma atuação cada vez mais frequente do Poder Judiciário na responsabilização, mitigação e adequação a tais mudanças. Valendo-se da pesquisa teórico-bibliográfica e documental, utilizando-se do método dedutivo e de análises genealógicas, temáticas, interpretativas e sistemáticas, conclui-se que a interpretação do Supremo Tribunal Federal na ADPF nº 708 desempenha um papel significativo no avanço do constitucionalismo climático no Brasil. Por meio dessa decisão, a jurisprudência brasileira reconhece a natureza fundamental do direito ao clima equilibrado, reforça a importância dos compromissos internacionais e do dever de proteção estatal, e fortalece a supervisão judicial sobre as políticas climáticas e ambientais. Essa abordagem estabelece um cenário propício para o aprimoramento contínuo das políticas e práticas relacionadas às mudanças climáticas no país, contribuindo para um futuro mais sustentável e resiliente.

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Biografia do Autor

Deilton Ribeiro Brasil, Universidade de Itaúna

Professor visitante na Universidade Caxias do Sul-UCS (09/2020-12/2021). Professor visitante na University of Ljubljana (Eslovênia - 09/2017) com a supervisão do Prof. Dr. Ales Galic e na Università di Pisa (Itália - 10/2017) com a supervisão da Profa. Dra. Maria Angela Zumpano. Pós-doutorado Direito na Università degli Studi di Messina (Itália, 2015-2016) com a supervisão do Prof. Dr. Mario Trimarchi. Pós-doutorado em Direito Ambiental no CENoR da Faculdade de de Direito da Universidade de Coimbra (Portugal, 2014-2015) com a supervisão da Prof Catedrática Dra. Maria Alexandra Sousa Aragão. Pós-doutorado em Democracia e Direitos Humanos junto ao Ius Gentium Conimbrigae/Centro de Direitos Humanos (IGC-CDH) da Faculdade de Direito da Universidade de Coimbra (Portugal, 2013-2014) com a supervisão do Prof. Catedrático Dr. Jónatas Eduardo Mendes Machado. Doutorado em Direito pela Universidade Gama Filho do Rio de Janeiro-RJ (área de concentração em Estado e Direito: internacionalização e regulação) (2006-2010) com a orientação do Prof. Dr. Guilherme Calmon Nogueira da Gama. Mestrado em Direito pela Faculdade de Direito Milton Campos de Belo Horizonte-MG (área de concentração em Direito Empresarial) (1998-2001) com a orientação do Prof. Dr. Alberto Deodato Maia Barreto Filho. Especialização lato sensu pela Universidade Presidente Antônio Carlos em Direito Público (2002) e em Direito Civil (2003). Possui graduação em Direito pela Universidade Presidente Antônio Carlos (1984). Professor licenciado da Faculdade de Direito de Conselheiro Lafaiete - FDCL (10/2020). Atualmente é Professor da Graduação e do PPGD - Mestrado e Doutorado em Direito Proteção dos Direitos Fundamentais da Universidade de Itaúna - UIT (08/2016) e da Faculdade Santo Agostinho - FASASETE/AFYA (02/2018).

Gabriela Oliveira Silva Vasconcelos, Universidade de Itaúna

Doutoranda e Mestra em Direito pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Proteção dos Direitos Fundamentais da Universidade de Itaúna/MG. Especialista em Direito Notarial e Registral (Faculdade Damásio/IBMEC) e Direito Civil (Universidade Cândido Mendes). Advogada

Lucas Fagundes Isolani, Universidade de Itaúna

Doutorando e Mestre em Direito pelo Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Proteção dos Direitos Fundamentais da Universidade de Itaúna/MG. Doutorando em Direito pela FADISP. Mestre em Direito Privado pela PUC Minas. Especialista em Direito Notarial, Registral e Público. Tabelião e Oficial de Registro.

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Publicado

12-12-2024

Como Citar

Brasil, D. R., Vasconcelos, G. O. S., & Isolani, L. F. (2024). A interpretação judicial do Supremo Tribunal Federal sobre o Constitucionalismo Climático: um estudo de caso sobre a ADPF nº 708 sobre o Fundo Clima. Revista Direito Ambiental E Sociedade, 14(1), 1–18. Recuperado de https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/direitoambiental/article/view/13417

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