Justiça ambiental e cidades sustentáveis
análise do RE nº 1.273.471, a partir da teoria de Amartya Sen
DOI:
https://doi.org/10.18226/22370021.v14.n2.04Palabras clave:
Amartya Sen, beach clubs, cidades sustentáveis, RE nº 1.273.471, bens públicosResumen
O presente artigo tem como objetivo promover uma confrontação analítica envolvendo o caso dos beach clubs e o julgamento proferido pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no Recurso Especial (RE) nº 1.273.471 e a teoria de Amartya Sen, de modo a identificar elementos para a promoção da justiça ambiental e de cidades sustentáveis. Isso visa responder se a decisão está alinhada ao compromisso mundial pela concretização da Agenda 2030, da Organização das Nações Unidas (ONU), e em que medida ela se aproxima de elementos teorizados por Amartya Sen, ao identificar o desenvolvimento sustentável e a ideia de justiça. Assim, tendo por
referencial a teoria de Amartya Sen, o trabalho, a partir do método hipotéticodedutivo, pauta-se na análise qualitativa de material bibliográfico e jurisprudencial Para tanto, analisa os fundamentos do julgamento do RE nº 1.273.471 pelo STF, que declara o dever do Estado de adotar medidas necessárias à realização concreta dos preceitos da Constituição Federal de 1988. O resultado desta pesquisa indica que as razões de decidir que compõem o julgamento do RE nº 1.273.471 estão alinhadas ao compromisso assumido pelo Brasil com o cumprimento da Agenda 2030, da ONU. Em contrapartida, o artigo conclui, por intermédio da bibliografia analisada, que a decisão do caso dos beach clubs leva em consideração alguns dos elementos, segundo Sen, mais importantes para o desenvolvimento das capacidades humanas, em especial o cuidado com os bens públicos.
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