As Imbricações Relacionais entre os Direitos da Sociobiodiversidade e a Biodemocracia
Um olhar sobre a provável tentativa de (Re)Aproximação do ser humano para com a natureza
DOI:
https://doi.org/10.18226/22370021.v12.n1.13Palavras-chave:
Biodemocracia, Direitos da Sociobiodiversidade, MonoculturasResumo
Com os avanços tecnológicos e o seguimento hegemônico, muitas populações do Sul Social posicionaram-se contrariamente aos saberes da monocultura, visando proteger a biodiversidade e seus conhecimentos tradicionais associados, à medida que encontram-se ameaçados e sofrendo extinções propagadas pelo desenvolvimento desenfreado e a imbricação com os conflitos ambientais. Nesse contexto, coube perquirir em que medida a relação entre os direitos da sociobiodiversidade e da biodemocracia são capazes de disseminar uma provável (re)aproximação do ser humano para com a natureza, superando a perspectiva das monoculturas? Cumpre adotar como teoria de base sistêmico-complexa de Fritjof Capra. O método de abordagem desenvolvido foi o dialético. O procedimento utilizado subdividiu-se em análise bibliográfica e documental. A técnica de pesquisa empregada será a elaboração de resumos e fichamentos. Ademais, o presente artigo foi divido em três capítulos. O primeiro capítulo analisará os direitos da sociobiodiversidade enquanto propulsores das manifestações de diversidades sociais, naturais e culturais. O segundo capítulo explicará a relação do ser humano para com a natureza, um olhar sob a perspectiva da biodemocracia. O terceiro capítulo demonstrará as implicações práticas da resistência às monoculturas: uma análise a partir das facetas da biodemocracia e dos direitos da sociobiodiversidade. Conclui-se que, a ligação dos direitos da sociobiodiversidade e da biodemocracia rechaçam as monoculturas e buscam a (re)aproximação do ser humano para com a natureza, beneficiando-se mutuamente, através do auxilio social, econômico político e cultural, capaz de originar alternâncias de paradigmas, no momento em que os interesses meramente econômicos são superados pelo sentimento de pertencimentos das questões socioambientais.
Registro DOI: 10.18226/22370021.v12.n1.13
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Referências
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