A racionalidade penal e o inconsciente coletivo de (não) proteção ambiental sob a lupa criminológica

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18226/22370021.v11.n1.11

Palavras-chave:

crimes ambientais, bem jurídico-penal, criminologia crítica

Resumo

A Lei nº 9.605/98 propõe-se a cumprir o mandamento constitucional de efetivar a tutela penal das condutas atentatórias ao meio ambiente, no entanto, encerra amplas discussões que perpassam desde a legitimidade do bem jurídico pretendido, e os debates jusfilosóficos que daí decorrem, até o debate criminológico a respeito da eficácia dos processos de criminalização ante a violência da seletividade penal no capitalismo contemporâneo. A proposta deste estudo é deslocar a análise do bem jurídico pretensamente tutelado pela lei de crimes ambientais, para identificar que a efetiva proteção busca tutelar, de fato, a atuação do poder de polícia do Estado a pretexto de proteção do meio ambiente e analisar o processo de criminalização mencionado com a lupa criminológica de base crítica.

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Biografia do Autor

Paulo Victor Leôncio Chaves, Universidade Federal do Piauí

Graduando em Direito pela Universidade Federal do Piauí (UFPI). Voluntário no Centro de Assessoria Jurídica Universitária Popular de Teresina – Projeto Cajuína. Membro do Núcleo Criminal da Assessoria Técnica em Direitos Humanos Coletivo Antônio Flo. Discente no Programa de Iniciação Científica Voluntária (ICV), da Pró-Reitoria de Pesquisa e Inovação da UFPI.

Maria Sueli Rodrigues de Sousa, Universidade Federal do Piauí

Doutora em Direito, Estado e Constituição, pela Universidade de Brasília – UnB, Mestra em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela Universidade Federal do Piauí – UFPI, Professora Associada I, vinculada ao Departamento de Ciências Jurídicas e aos Programas de Pós-Graduação em Sociologia e Gestão Pública, da UFPI.

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Publicado

29-04-2021

Como Citar

Chaves, P. V. L., & Sousa, M. S. R. de. (2021). A racionalidade penal e o inconsciente coletivo de (não) proteção ambiental sob a lupa criminológica. Revista Direito Ambiental E Sociedade, 11(1). https://doi.org/10.18226/22370021.v11.n1.11

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