De “atingidos” a “vítimas” do desenvolvimento: um estudo junto à população afetada direta e indiretamente pela UHE Foz do Chapecó na região oeste de Santa Catarina
Palavras-chave:
Atingidos. Barragens. Conflitos socioambientais. Vítimas ambientais.Resumo
Nas últimas décadas, grandes usinas hidrelétricas construídas na bacia do rio Uruguai como projetos de desenvolvimento alteraram o substrato morfológico das comunidades camponesas, causando o desaparecimento total ou a desestruturação parcial daquelas que permaneceram. Parte dos camponeses e ribeirinhos recebeu indenizações pelas terras inundadas e migrou. Nas novas moradas, tentaram reorganizar suas relações comunitárias, mas nem sempre o conseguiram. A reconstrução das relações comunitárias é um dos pontos frágeis, seja para aqueles que migraram, seja para aqueles que permaneceram; e esses danos não são passíveis de mensuração e indenização. Em certas comunidades afetadas parcialmente pelos empreendimentos hidrelétricos foram construídos equipamentos comunitários novos, pouco utilizados pelo reduzido número de moradores remanescentes. Entre estes, há sintomas de depressão, de solidão e outros de ordem psicossomática. A alteração compulsória do modo de vida, a quebra dos vínculos vicinais, comunitários e de organização de trabalho levam-nos a questionar: não seria lícito considerá-los vítimas do desenvolvimento? Este trabalho é desenvolvido junto a atingidos pela UHE Foz do Chapecó, na região oeste de Santa Catarina.Downloads
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