A FRIEZA BURGUESA PELA TECNOLOGIA NA ESCOLA
Palabras clave:
Palavras-chave, Frieza burguesa. Ciência. Tecnologia, Tecnologias Digitais. Escola.Resumen
Tomando a educação escolar como objeto de reflexão, compreendida como algo imprescindível ao convívio da sociedade contemporânea, os autores deste artigo objetivam refletir sobre a frieza que se estabelece nas relações humanas da sociedade de produção capitalista aprimorada pela inovação tecnológica na escola. Partem, pois, para a compreensão do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, tendo como referência o exposto por Regis de Morais, bem como pelo pensamento de Karl Marx, Erich Fromm e dos filósofos de Frankfurt: Theodor W. Adorno, Max Horkheimer e Herbert Marcuse. Também buscam a compreensão da frieza que se estabelece a serviço dos interesses capitalistas a partir do exposto por Adorno, sob a perspectiva de Andreas Gruschka. A partir dessas reflexões se fez possível discutir sobre a inserção das novas tecnologias requisitadas no período da pandemia da COVID-19, quando o Ensino Remoto Emergencial se fez imprescindível para a continuidade das aulas com a suspensão do Ensino Presencial. Daí se considerou, por um lado, a relação da frieza com a alienação nos termos postos por Marx; por outro, tornou-se possível compreender a projeção das inovações tecnológicas para a mudança do humano em transhumano, conforme o entendimento de autores como Maria Assumpta Coimbra. Por fim, depara-se com a necessidade de reconsideração sobre a inserção das novas tecnologias na escola que visam tão-somente atender as demandas do capitalismo que teima em se manter, expandindo-se cada vez mais.
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