A INFLUÊNCIA DA INOVAÇÃO TECNOLÓGICA E ORGANIZACIONAL NO CRESCIMENTO DE EMPRESAS BRASILEIRAS

José Geraldo Pereira Barbosa; Jorge Luiz Araujo Fernandes Junior; Marco Aurélio Carino Bouzada; Murilo Alvarenga Alvarenga Oliveira

doi:10.18226/23190639.v10n1.06

Autores

José Geraldo Pereira Barbosa Estácio (Brazil) https://orcid.org/0000-0001-6215-6084
Jorge Luiz Araujo Fernandes Junior Departamento de Educação e Cultura do Exército, DECEX, Ministério da Defesa
Marco Aurélio Carino Bouzada Estácio (Brazil) https://orcid.org/0000-0002-7183-1325
Murilo Alvarenga Alvarenga Oliveira Fluminense Federal University https://orcid.org/0000-0003-2626-551X

DOI:

https://doi.org/10.18226/23190639.v10n1.06

Palavras-chave:

Inovação organizacional, Inovação de produto, Inovação de processo, empresas de alto crescimento, crescimento de pessoal ocupado assalariado

Resumo

O presente trabalho teve como objetivo analisar a influência da inovação organizacional e tecnológica no crescimento de pessoal ocupado assalariado das empresas brasileiras, um dos indicadores utilizados para medir desempenho organizacional. Assim comparou-se o crescimento de pessoal ocupado assalariado das empresas que combinam inovação organizacional e tecnológica com o das empresas que desenvolvem apenas inovação tecnológica. A pesquisa foi desenvolvida a partir de uma abordagem quantitativa, com a realização de testes qui-quadrados, com finalidade explicativa e classificada como documental. A coleta de dados utilizou dados da PINTEC e do CEMPRE. A amostra foi composta por 3.348 empresas brasileiras. Destas, 2.864 são empresas normais, em termos de crescimento de pessoal ocupado assalariado (85,54%), 452 são empresas de alto crescimento (13,50%) e 32 são empresas gazelas (0,96%). Os resultados indicam que a probabilidade de uma empresa normal passar para a categoria alto crescimento aumenta quando estão presentes as seguintes iniciativas em termos de inovação: (i) ênfase em inovação em produto de baixo grau de novidade; (ii) ênfase em utilização principalmente de outras empresas ou institutos para desenvolver inovação de produto; (iii) ênfase em inovação de processo de alto grau de novidade; (iv) ênfase em utilização principalmente de outras empresas ou institutos para desenvolver inovação de processo; (v) ênfase em inovação organizacional do tipo novos métodos de organização de trabalho; e (vi) ênfase em inovação organizacional tipo mudanças significativas nas relações com outras empresas ou instituições públicas e sem fins lucrativos. Estas iniciativas podem ser vistas como as contribuições gerenciais desta pesquisa.

Métricas

Carregando Métricas ...

Biografia do Autor

José Geraldo Pereira Barbosa, Estácio (Brazil)

Doutorado e Mestrado em Administração pela Universidade Federal do Rio de Janaeiro (UFRJ) e graduação em Engenharia Naval pela Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (USP). Atualmente é coordenador e professor do Mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial da Universidade Estácio de Sá (MADE/UNESA), e Coordenador e professor adjunto do Curso de Administração Pública da Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO). Suas principais áreas de atuação acadêmica são: gestão da inovação, administração estratégica, administração de serviços e métodos quantitativos. Experiência profissional anterior à acadêmica de 17 anos em gestão de atividades de pesquisa e desenvolvimento de sistemas e equipamentos para plataformas oceânicas.

Jorge Luiz Araujo Fernandes Junior, Departamento de Educação e Cultura do Exército, DECEX, Ministério da Defesa

Possui graduação em Administração pelo Centro Universitário da Cidade(2002) e mestrado em Administração e Desenvolvimento Empresarial pela Universidade Estácio de Sá(2020). Tem experiência na área de Administração, com ênfase em Administração de Empresas. Atuando principalmente nos seguintes temas:inovação organizacional e recursos humanos

Marco Aurélio Carino Bouzada, Estácio (Brazil)

possui graduação em Engenharia de Produção pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1998), mestrado em Administração pelo Instituto Coppead de Administração/UFRJ (2001) e doutorado em Administração pelo Instituto Coppead de Administração/UFRJ (2006). Foi, por mais de 10 anos, professor titular do curso de graduação em Administração da ESPM e de outros cursos de graduação e pós-graduação em diversas instiuições. Por mais de 12 anos, foi professor titular do quadro permanente do Mestrado em Administração da Universidade Estácio de Sá, tendo sido coordenador adjunto do programa e editor-chefe do periódico acadêmico Adm.MADE . Atualmente é professor permanente dos programas de Mestrado e Doutorado em Admnistração da UNIGRANRIO, coordenador e professor do Curso de Formação em Compras e Supply Chain do ALUMNI COPPEAD (UFRJ), além de professor dos Cursos de Formação em Gestão Empresarial e Finanças da insituição, do MBA em Logística da Universidade Veiga de Almeida e do MBA em Finanças da UFF. Tem mais de 50 artigos publicados em periódicos nacionais e internacionais. É organizador e principal autor dos livros Jogando Logística no Brasil; Métodos Quantitativos Aplicados a Casos Reais; O uso de ferramentas quantitativas em call centers - previsão e dimensionamento; Logística Operacional Interna; e Laboratório de Logística: testando teoria com um jogo de empresas. Tem experiência na área de Estatística, Métodos Quantitativos, Pesquisa Operacional e Business Games.

Murilo Alvarenga Alvarenga Oliveira, Fluminense Federal University

Doutor em Administração pela FEA-USP, graduado e Mestre em Administração (UFRRJ). É professor associado do Departamento de Administração da Universidade Federal Fluminense (Campus Volta Redonda) ICHS UFF PUVR. Realiza estágio de pós-doutorado da FEA-USP (2021). Foi coordenador do Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu no Mestrado Profissional em Administração da UFF (MPA-VR) (2015-2019) e atua como professor e orientador. Seus interesses de pesquisa organizados nas Linhas: (1) Estratégia e Capacidades para Tecnologia e Inovação, (2) Ambientes Laboratórios de Gerenciamento e (3) Gerenciamento de Projetos, Apoio à Decisão e Desempenho Organizacional (Indicadores e Projetos Tecnológicos). É líder do Grupo de Pesquisa - Laboratório de Gestão Organizacional Simulada (LAGOS) UFF, onde coordena pesquisas de Iniciação Científica e Mestrado. Atua como professor em MBAs da UFF com destaque no MBA em Gestão Empreendedora e no MBA em Economia em Negócios da UFSCar. Possui experiência em Qualidade, Marketing e Treinamento e Desenvolvimento de empresas do setor farmacêutico e tecnologia em agronegócios. Sua inserção na comunidade nacional e internacional inclui uma atuação como avaliador ad-hoc nos periódicos RAC, BBR, RAEP, RASI e como avaliador em eventos científicos como: Academy of Management Conference, IAM, EnANPAD, SEMEAD, CASI, 3ES. Atualmente é membro da Academia de Administração (AoM) e da Sociedade de Ensino para Educadores em Administração (OBTS). Sua produção tem ênfase na Administração de Empresas, atuando principalmente nos seguintes temas: jogos de empresas, simuladores organizacionais, gestão de projetos, capacidades dinâmicas, prospecção tecnológica e gestão da inovação.

Referências

Acs, Z. J., & Mueller, P. (2008). Employment effects of business dynamics: mice, gazelles and elephants. Small Business Economics, 30(1), 85-100.

Andersson, S., & Tell, J. (2009). The relationship between the manager and growth in small firms. Journal of Small Business and Enterprise Development, 16(4), 586-598.

Anning-Dorson, T. (2018). Customer involvement capability and service firm performance: the mediating role of innovation. Journal of Business Research, 86, 269-280.

Armbruster, H., Bikfalvi, A., Kinkel, S., & Lay, Gunter. (2008). Organizational innovation: the challenge of measuring non-technical innovation in large-scale surveys. Technovation, 28(10), 644-657.

Asikainen, A.-L., & Mangiarotti, G. (2017). Open innovation and growth in IT sector. Service Business, 11(1), 45–68.

Bacinello, E., & Tontini, G. (2018). Relação entre maturidade em inovação sustentável e o desempenho empresarial. Revista de Administração da UFSM, 11 (Ed. Especial Engema), 843-857.

Baer, M., & Frese, M. (AM2003). Innovation is not enough: climates for initiative and psychological safety, process innovations, and firm performance. Journal of Organizational Behavior, 24(1), 45-68.

Benešová, D., Kubičková, V., Michálková, A., & Krošláková, M. (2018). Innovation activities of gazelles in business services as a factor of sustainable growth in the Slovak Republic. Entrepreneurship and Sustainability Issues, 5(3), 452-466.

Birch, D. L. (1979). The Job Generation Process. Cambridge: MIT Press.

Brito, E. P. Z., Brito, L. A. L., & Morganti, F. (2009). Inovação e o desempenho empresarial: lucro ou crescimento? RAE-Eletrônica, 8(1).

Brown, S. L., & Eisenhardt, K. M. (1995). Product development: past research, present findings, and future directions. Academy of Management Review, 20(2), 343-378.

Camisón, C., & Villar-López, A. (2012). Organizational innovation as an enabler of technological innovation capabilities and firm performance. Journal of Business Research, 67(1), 2891-2902.

CChesbrough, H. W. (2012). Inovação aberta: como criar e lucrar com a tecnologia. Porto Alegre: Bookman.

Coad, A., Daunfeldt, S.-O., Hözl, W., Johansson, D., & Nightingale, P. (2014). High-growth firms: introduction to the special issue. Industrial and Corporate Change, 23(1), 91–112.

Corrêa, S., Guimarães, J. C. F., Severo, E. A., & Cruz, M. R. (2017). As relações entre a orientação para o mercado, a inovação de produto e processo, e a performance organizacional. CONTEXTUS – Revista Contemporânea de Economia e Gestão, 15(3), 174-202.

Crook, T. R., Ketchen, D. J., Jr., Combs, J. G., & Todd, S. Y. (2008). Strategic resources and performance: a meta-analysis. Strategic Management Journal, 29(11), 1141-1154.

Czarnitzki, D., & Delanote, J. (2013). Young Innovative Companies: the new high-growth firms? Industrial and Corporate Change, 22(5), 1315–1340.

Damanpour, F., Walker, R. M., & Avellaneda, C. N. (2009). Combinative effects of innovation types and organizational performance: a longitudinal study of service organizations. Journal of Management Studies, 46(4), 650-675.

Eckhardt, J. T., Ciuchta, M. P., & Carpenter, M. (2018). Open innovation, information, and entrepreneurship within platform ecosystems. Strategic Entrepreneurship Journal, 12(3), 369-391.

Evangelista, R., & Vezzani, A. (2010). The economic impact of technological and organizational innovations. A firm-level analysis. Research Policy, 39(10), 1253-1263.

Falkenhall, B., & Junkka, F. (2009). High-growth firms in Sweden 1997-2007. Characteristics and development patterns. The Swedish Agency for Growth Policy Analysis, Stockholm. Sweden

Fávero, L. P., & Belfiore, P. (2017). Manual de análise de dados: estatística e modelagem multivariada com Excel®, SPSS® e Stata®. Rio de Janeiro: Elsevier.

Ferrari, A. G., Scaliza, J. A. A., & Jugend, D. (2019). The landscape of open innovation in Brazil: An analysis of the recent literature. Production, 29.

Fischer, E., Reuber, R., Hababou, M., Johnson, W., & Lee, S. (1998). The role of socially constructed temporal perspectives in the emergence of rapid growth firms. Entrepreneurship Theory and Practice, 22(2), 13–30.

Gunday, G., Ulusoy, G., Kilic, K., & Alpkan, L. (2011). Effects of innovation types on firm performance. International Journal of Production Economics, 133(2), 662-676.

Han, J. K., Kim, N., & Shrivastava, R. K. (1998). Market orientation and organizational performance: is innovation a missing link? Journal of Marketing, 62(4), 30-45.

Helfat, C. E, & Raubitschek, R. S. (2018). Dynamic and integrative capabilities for profiting from innovation in digital platform-based ecosystems. Research Policy, 47(8), 1391-1399.

Henrekson, M., & Johansson, D. (2010). Gazelles as job creators: a survey and interpretation of the evidence. Small Business Economics, 35(2), 227–244.

Hung, K.-P., & Chou, C. (2013). The impact of open innovation on firm performance: the moderating effects of internal R&D and environmental turbulence. Technovation, 33(10-11), 368-380.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2016). Pesquisa de inovação: 2014. Rio de Janeiro: IBGE.

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (2018). Demografia das empresas e estatísticas de empreendedorismo: 2016. Rio de Janeiro: IBGE.

Jiménez-Jiménez, D., & Sanz-Valle, R. (2011). Innovation, organizational learning and performance. Journal of Business Research, 64(4), 408-417.

Kava, L., & Didonet, S. R. (2019). Influência da orientação para o mercado nas estratégias de inovação de exploration e exploitation e no desempenho organizacional. Revista Brasileira de Marketing, 18(1), 1-16.

Knott, A. M. (2001). The dynamic value of hierarchy. Management Science, 47(3), 430-448.

Lee, K., Woo, H.-G., & Joshi, K. (2017). Pro-innovation culture, ambidexterity and new product development performance: polynomial regression and response surface analysis. European Management Journal, 35(2), 249-260.

Lee, N. (2014). What holds back high-growth firms? Evidence from UK SMEs. Small Business Economics, 43(1), 183–195.

Lerner, J. (2010). The future of public efforts to boost entrepreneurship and venture capital. Small Business Economics, 35(3), 255–264.

Martínez-Costa, M., JImenez-Jimenez, D., & Castro-del-Rosario, Y. P. (2019). The performance implications of the UNE 166.000 standardised innovation management system. European Journal of Innovation Management, 22(2), 281-301.

Martínez-Sánchez, A., Vicente-Oliva, S., & Pérez-Pérez, M. (2020). The relationship between R&D, the absorptive capacity of knowledge, human resource flexibility and innovation: Mediator effects on industrial firms. Journal of Business Research, 118, 431-440.

Mawson, S., & Brown, R. (2017). Entrepreneurial acquisitions, open innovation and UK high growth SMEs. Industry and Innovation, 24(4), 382-402.

Monteiro, G. F. A. (2019). High-growth firms and scale-ups: a review and research agenda. RAUSP Management Journal, 54(1), 96-111.

Nowacki, R., & Bachnik, K. (2016). Innovations within knowledge management. Journal of Business Research, 69(5), 1577-1581.

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2017). Entrepreneurship at a Glance 2017. Paris: OECD Publishing.

Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (2008). Manual on Business Demography Statistics. Paris: OECD Publishing.

Oke, A. (2007). Innovation types and innovation management practices in service companies. International Journal of Operations & Production Management, 27(6), 564-587.

Richard, P. J., Devinney, T. M., Yip, G. S., & Johnson, G. (2009). Measuring organizational performance: Towards methodological best practice. Journal of Management, 35(3), 718-804.

Rosenbusch, N., Brinckmann, J., & Bausch, A. (2011). Is innovation always beneficial? A meta-analysis of the relationship between innovation and performance in SMEs. Journal of Business Venturing, 26(4), 441-457.

Santos, J. G. C. D., Góis, A. D., Rebouças, S. M. D. P., & Silva, José. C. L., Filho. (2016). Efeitos da inovação no desempenho de firmas brasileiras: rentabilidade, lucro, geração de valor ou percepção do mercado? Revista de Administração da Unimep, 14(3), 155-183.

Santos, J. B., & Brito, L. A. L. (2012). Toward a Subjective Measurement Model for Firm Performance. Brazilian Administration Review, 9, 95-117.

Segarra, A., & Teruel, M. (2014). High-growth firms and innovation: an empirical analysis for Spanish firms. Small Business Economics, 43(4), 805–821.

Shan, P., Song, M., & Ju, X. (2016). Entrepreneurial orientation and performance: Is innovation speed a missing link? Journal of Business Research, 69(2), 683-690.

Shin, N., Kraemer, K. L., & Dedrick, J. (2016). R&D and firm performance in the semiconductor industry. Industry and Innovation, 24(3), 280-297.

Terra, N. M., Barbosa, J. G. P., & Bouzada, M. A. C. (2015). A influência da inovação em produtos e processos no desempenho de empresas brasileiras. Revista de Administração e Inovação, 12(3), 183-208.

Thornhill, S. (2006). Knowledge, innovation and firm performance in high- and low-technology regimes. Journal of Business Venturing, 21(5), 687-703.

Tidd, J., & Bessant, J. (2015). Gestão da inovação (5a ed.). Porto Alegre: Bookman.

Yang, J. (2010). The knowledge management strategy and its effect on firm performance: a contingency analysis. International Journal of Production Economics, 125 (2), 215-223.

Zhang, Y., Khan, U., Lee, S., & Salik, M. (2019). The Influence of Management Innovation and Technological Innovation on Organization Performance. A Mediating Role of Sustainability. Sustainability, 11(2), 1-21.

Zhou, S. S, Zhou, A. J., Feng, J., & Jiang, S. (2019). Dynamic capabilities and organizational performance: The mediating role of innovation. Journal of Management & Organization, 25(5), 731-747.