ECONOMIA SOLIDÁRIA E SUA CONTRIBUIÇÃO AO SEMIÁRIDO NORDESTINO

Autores

  • Eddla Karina Gomes Pereira Universidade Federal Rural do Semiárido
  • Maristela Andrade de Oliveira Universidade Federal da Paraíba
  • Alícia Ferreira Gonçalves Universidade Federal da Paraíba

Palavras-chave:

Economia Solidária, Estado, Semiárido.

Resumo

 

A Economia Solidária (EcoSol) propõe a livre mobilização para o trabalho e geração de renda a partir do fortalecimento econômico, social e ambiental das comunidades, percebendo, assim, que a formação de relações produtivas mais justas, sustentáveis e não hierarquizadas, pode ser um caminho desenvolvimento viável. A EcoSol se fortaleceu no Brasil em razão tanto da participação de pastorais e sindicatos, como também por conta do diálogo que passou a manter com outros movimentos sociais, o que lhe garantiu substancial capilaridade e adesão social. Tal contexto conferiu à EcoSol transversalidade, pois há experiências que praticam a sua lógica nos âmbitos urbanos e rurais, no semiárido e no litoral, no norte e sul do país, o que faz com que se possa acreditar, a partir de diversas experiências existentes, reflexos positivos em variadas conjunturas. Nesse sentido, o objetivo do presente artigo é discutir brevemente as potencialidades da EcoSol no Nordeste, especialmente no semiárido, a partir da experiência do Projeto de Promoção do Desenvolvimento Local e Economia Solidária (PPDLES), que formou Agentes de Desenvolvimento Solidário (ADS’s) para que eles acompanhassem grupos de produtores rurais e lhes orientassem em relação a práticas de produção cooperadas, autogestionadas, sustentáveis e éticas, princípios que orientam a EcoSol. A partir da realização de uma pesquisa de campo, aliada a estudos bibliográficos, desenvolveu-se uma pesquisa exploratória e documental, com a realização de entrevista e acompanhamento das atividades realizadas por um ADS. Diante do contexto analisado, percebe-se que tal política pública é significativa para contexto rurais de isolamento, nos quais os grupos produtivos teriam condições de participar de editais públicos, mas por falta de conhecimento ou condições de acesso, perdem tal oportunidade. Contudo, muitos desafios precisam ser superados, sobretudo no que se refere à eficiência dos convênios realizados entre governo federal e estaduais, tendo em vista que as formalidade e burocracias que orientam certas rotinas administrativas frustram o fiel cumprimento dos objetivos propostos pela política.

 

Biografia do Autor

Eddla Karina Gomes Pereira, Universidade Federal Rural do Semiárido

Professora de Direito e Processo do Trabalho da Universidad Federal do Semiárido - UFERSA, mestre em ciências jurídicas pela Universidade Federal da Paraíba e Doutoranda em Desenvolvimento e Meio Ambiente pela mesma instituição.

Maristela Andrade de Oliveira, Universidade Federal da Paraíba

Possui graduação em Psicologia pela Universidade Católica de Pernambuco (1978) e doutorado Troisieme Cycle - IHEAL - Universite de Paris III (Sorbonne-Nouvelle) (1983). É Professor Associado IV da Universidade Federal da Paraíba. Tem experiência na área de Antropologia, com ênfase em Teoria Antropológica, atuando principalmente nos seguintes temas: religiosidades e movimentos religiosos, memória, desenvolvimento e meio ambiente, cultura regional e populações "tradicionais".

Alícia Ferreira Gonçalves, Universidade Federal da Paraíba

concluiu o doutorado em Ciências Sociais pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP) em 2003, na área de Antropologia, "Itinerários Intelectuais e Etnografia dos saberes". De 2004 a 2007 foi pesquisadora DCR do CNPq vinculada ao Programa de Pós-Graduação em Sociologia na Universidade Federal do Ceará (UFC). A partir do segundo semestre de 2008 atua na Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Em 2014 atua como Professora Adjunto IV nos Programas de Pós-Graduação em Antropologia (PPGA) e em Desenvolvimento e Meio-Ambiente (PRODEMA), Coordenadora Adjunta do Grupo Interdisciplinar de Pesquisa em Cultura, Sociedade e Ambiente (GIPCSA) vinculado à UFPB e cadastrado no CNPq e pesquisadora do Grupo ETNOGRAFIAS do Capitalismo Contemporâneo da UNICAMP. Está vinculada às Linhas de Pesquisa "Políticas Sociais e do Cotidiano: Campo e Cidade" e "Economia Solidária & Desenvolvimento Territorial Sustentável". Desde 2004 desenvolve pesquisas etnográficas em economia solidária, microfinanças solidárias e agroecologia em assentamentos rurais situados no Estado do Ceará e a partir de 2008 no Estado da Paraíba.

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Publicado

2015-12-18

Como Citar

Pereira, E. K. G., de Oliveira, M. A., & Gonçalves, A. F. (2015). ECONOMIA SOLIDÁRIA E SUA CONTRIBUIÇÃO AO SEMIÁRIDO NORDESTINO. Revista Direito Ambiental E Sociedade, 5(2). Recuperado de https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/direitoambiental/article/view/3883