O ecocentrismo frente à naturalização do universalismo: contornos decoloniais de uma episteme plural
DOI:
https://doi.org/10.18226/22370021.v11.n3.01Palavras-chave:
Epistemologia, Antropocentrismo, Universalidade, Decolonialidade.Resumo
O presente artigo teve por intuito evidenciar a existência de processos epistemológicos de conquista da Natureza pelo Homem e as limitações da produção de conhecimento que observa o antropocentrismo como o centro de uma racionalidade instrumentalizadora. A partir de um referencial interdisciplinar e decolonial, verificou-se como esses procedimentos estão naturalizados na episteme sociojurídica dominante que, por sua vez, rechaça conhecimentos que emerjam em outros locus, até então, não reconhecidos como pertinentes. Ainda, entendeu-se como há uma necessidade de apresentar aberturas e capilaridades decoloniais que compreendam o ecocentrismo como um fundamento epistêmico aberto à reinvenção de uma lógica dualista e reducionista da complexidade da vida.
Registo DOI: 10.18226/22370021.v11.n3.01
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