Theodor W. Adorno e a dialética negativa // DOI: 10.18226/21784612.v23.n1.1
Resumo
O presente artigo, baseado em uma pesquisa teórica, se propõe a abordar a concepção da dialética negativa de Theodor Adorno, partindo de sua crítica aos sistemas filosóficos tradicionais de caráter idealista. A filosofia de Adorno se afigura como crítica às filosofias de caráter idealista, na medida em que entende que tais sistemas filosóficos partem de uma relação de conhecimento entre sujeito e objeto que se trata, em verdade, de uma relação de dominação, na medida em que é ditada por interesses instrumentais de desencantamento da natureza e sua submissão matemática às necessidades inerentes da sociedade burguesa que se formava animada pelo esclarecimento. Essa instrumentalidade contamina a razão, retirando-lhe o fundamental exercício racional e convertendo-se novamente em uma explicação que conserva aspectos da explicação inerentes ao mito, que pretendia superar. Esse é o elemento de dialética do esclarecimento: a razão que pretende superar o mito, mas, que pela sua forma de estruturação, o conserva em seu interior. Como forma de resposta à racionalidade instrumental, Adorno concebe a sua dialética negativa, buscando resguardar a racionalidade da razão pelo exercício da negatividade. A negatividade parte da consciência da necessidade de conservar a materialidade da realidade no interior da razão, desiderato para o qual a formação estética de Adorno foi determinante. Assim, para atingir o objetivo deste artigo, serão abordados aspectos biográficos do filósofo relacionados à formação do seu pensamento a partir de sua experiência pessoal e vinculada com a Teoria Crítica da Sociedade. Com isso, pretende-se evidenciar a origem da sua concepção de crítica da razão pela razão, a partir da concepção de uma dialética negativa.
Palavras-chave: Theodor Adorno. Dialética negativa. Teoria crítica.
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