Infâncias do sul global
experiências, desafios, tensões
DOI:
https://doi.org/10.18226/21784612.v29.e024015Palabras clave:
Estudos sociais da infância, Sul global, DecolonialidadeResumen
Os estudos referentes à infância têm sido historicamente marcados por diferentes concepções e representações acerca do conceito
de criança. Ao longo do tempo, essas concepções foram sendo modificadas a partir de demandas econômicas e sociais da sociedade eurocentrada. Dessa maneira, inspirados em Larrosa (2004), ensejamos compartilhar neste texto, de maneira ensaística, nossas reflexões sobre os estudos de infância a partir da perspectiva do sul global. Entendemos que a infância não é mais uma experiência universal, ela é construída exprimindo as diferenças – as individuais relativas à inserção de gênero, classe, etnia, raça e às coletivas a partir dos limites estruturais materializados nos padrões de poder, de trabalho, de renda, de controle da terra, do espaço, da justiça
e da política. Acreditamos que distintas culturas, tempos e localizações geográficas, bem como as histórias individuais dessas crianças, tecem teias e constroem diferentes mundos das infâncias. Inicia-se o debate a partir de reflexões sobre a infância a partir da diversidade. Trazemos também ponderações de como, culturalmente, ainda tem se pensado uma criança e uma infância marcada por características eurocêntricas, bem como tem se desenvolvido uma invisibilização em relação às crianças negras e indígenas. Outro ponto abordado no ensaio é a crítica da história institucionalizada e hegemônica da infância, que tem reproduzido uma perspectiva que não contempla a diversidade e diferenças das vivências das crianças em suas infâncias. Neste sentido, o presente ensaio visa ampliar o campo dos estudos acerca da infância do sul global, bem como dos estudos decoloniais, que têm estruturado a produção do conhecimento a partir de interlocuções locais e saberes descentrados.
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