O diálogo é uma exigência existencial
Reflexões sobre a prática docente a partir de Paulo Freire e Bell Hooks
DOI:
https://doi.org/10.18226/21784612.v25.e025001Palavras-chave:
Dialogicidade. Prática docente. Experiência. Paulo Freire. bell hooks.Resumo
O presente artigo discute a importância da dialogicidade na prática docente a partir de Paulo Freire e bell hooks, destacando as noções de participação e de experiência do educando no processo de ensino-aprendizagem. Ambos os autores vieram de contextos diferenciados. O educador brasileiro, Paulo Freire, desenvolve em Pedagogia do oprimido um método pedagógico de alfabetização fundamental que promove uma reflexão crítica do quefazer docente. Obra de destaque no pensamento freireano, reafirma a necessidade da luta política e social da classe oprimida, mostrando os mecanismos psicológicos da personalidade autoritária, necrófila e antidemocrática do opressor que habita em todos nós. Escrita num momento ímpar de fechamento do regime democrático no Brasil ditatorial, nem por isso a obra está restrita ou datada, pelo contrário, segue atual numa sociedade que necessita reafirmar a todo momento a experiência da troca, da fala, em última instância, do diálogo, como forma de construção de sua identidade pedagógica e social. Já a escritora estadunidense bell hooks, influenciada pelo pensamento freireano, sobretudo em Ensinando a transgredir, dá voz aos segmentos marginalizados, como as mulheres – destacando o feminismo em sua teoria indicando que junto a análise da questão de classe, deve-se olhar como central também os marcadores de gênero e raça –, propondo uma educação da diversidade pautada pela experiência e pela formação da sensibilidade a partir dos afetos. Como metodologia, empregou-se a pesquisa bibliográfica, focada na temática apresentada nos ensaios citados dos autores. Conclui-se que a prática docente é uma construção coletiva entre o educador e o educando e que se centra na dialogicidade como essência da constituição e formação humana.
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