Sobre a filosofia como pedagógica do sagrado: uma abordagem decolonial
DOI:
https://doi.org/10.18226/21784612.v27.e022024Resumen
Trata-se, neste artigo, de investigar as noções de filosofia, pedagogia e espírito à luz dos debates decoloniais. Neste sentido, a partir de um diálogo que procuro estabelecer com Enrique Dussel, Catherine Walsh e M. Jacqui Alexander, desenvolvo três hipóteses. Em primeiro lugar, apresento certa noção de pedagogia como constitutiva da própria filosofia (portanto, a ideia de pedagogia para além de mero instrumento, meio ou termo acessório à filosofia). Em segundo lugar, argumento que essa dita pedagógica-filosófica precisará ser entendida como a epistemologia indispensável para a abordagem, conhecimento e tratamento da realidade, no seguinte sentido: mediante o aprender e o ensinar alternadamente (como práxis, atitude e método filosófico por excelência), tornar possível que a realidade apareça. E esse é mais um dos pontos em relação aos quais os três autores estão de acordo, assim como em relação ao terceiro e mais importante movimento da presente investigação. Pois será, então, do reconhecimento do fracasso da ontologia universalista (moderna e colonial), mais precisamente, do encontro com uma realidade indeterminada e aberta, que se poderá a fundo compreender o sentido da atitude pedagógica (da epistemologia pedagógica) que descerra toda a realidade possível. Tal realidade sempre Outra – que não se pode localizar em qualquer lugar ou tempo, na mesma medida em que se faz presente em todos os lugares e momentos – é o que se poderá caracterizar como espírito. E é o que fará do espírito, por conseguinte, agência de resistência e perturbação a todo esforço epistemológico/filosófico, tanto quanto (e por isso mesmo) da atitude pedagógica-filosófica instância de revelação de um mundo prenhe de sentidos possíveis.
Citas
ALEXANDER, M. J. Pedagogies of crossing: Meditations on Feminism, Sexual Politics, Memory, and the Sacred. Durham: Duke University Press, 2005.
ANZALDÚA, Gloria. Borderlands/La Frontera. São Francisco: The New Mestiza, 1987.
ANZALDÚA, Gloria. Speaking in Tongues: A Letter to 3rd World Women Writers. In: The bridge called my back: writings by radical women of color. MORAGA, C.; ANZALDÚA, G. (Org.) New York: Women of Color Press, 1981.
BARBER, Michael. Ethical Hermeneutics: Rationalist Enrique Dussel's Philosophy of Liberation. New York: Fordham University Press, 1998.
BELL HOOKS. The will to change: men, masculinity and love. Washington: Washington Square Press, 2002.
CASTRO-GOMEZ, Santiago. La poscolonialidad explicada a los niños. Bogotá: Universidad del Cauca, 2005.
DUSSEL, Enrique. Hacia una filosofía política crítica. Bilbao: Editorial Desclé de Brouwer, 2002.
DUSSEL, Enrique. Ética de la liberación - En la edad de la globalización y de la exclusión. Iztapalapa: Editorial Trotta, 1998a.
DUSSEL, Enrique. La ética de la liberación: ante el desafío de Apel, Taylor y Vattimo con respuesta crítica inédita de K.O. Apel. Cidade do México: UNAM, 1998b.
DUSSEL, Enrique. La pedagógica latinoamericana. Bogotá: Nueva América, 1980.
DUSSEL, Enrique. 1492: el encubrimiento del otro: hacia el origen del mito de la modernidad. La Paz: UMSA, 1994.
DUSSEL, Enrique. Método para uma filosofia da libertação: superação analética da dialética hegeliana. São Paulo: Loyola, 1974.
DUSSEL, Enrique. Religión: como supraestructura y como infraestructura. Bogotá: Universidad Santo Tomás, 1977.
ESTERMANN, Joseph. Más alla de occidente. Apuntes filosóficos sobre interculturalidad, descolonización y el vivir bien andino. Quito: Ediciones Abya-Yala, 2015.
EZLN. El pensamiento crítico frente a la hidra capitalista I. Chiapas: México: EZLN, 2015.
EZLN. Entre la luz y la sombra. Chiapas. México: EZLN, May 25, 2014, http://enlacezapatista.ezln.org.mx/2014/05/25/entre-la-luz-y-la-sombra/.
FERNANDES, Leela. Transforming Feminist Practice: Non-Violence, Social Justice, and the Possibilities of a Spiritualized Feminism. San Francisco: Aunt Lute Books, 2003.
FANON, Frantz. Os condenados da terra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1971 (1962).
FANON, Frantz. Pele negra, máscaras brancas. Salvador: UFBA, 2008 (1952).
FREIRE, Paulo. Pedagogia da esperança. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
FREIRE, Paulo. Pedagogia da indignação. São Paulo: Unesp, 2000.
FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987 (1968).
GABRIEL, Markus. Eu não sou meu cérebro: filosofia do espírito para o século XXI. Rio de Janeiro: Vozes, 2018 (2017).
GABRIEL, Markus. Why the world does not exist. Cambridge: Polity, 2015 (2013).
GROSFOGUEL, Ramón. Colonial subjects. Puerto Ricans in a Global Perspective. Berkeley: The University of California Press, 2002.
GROSFOGUEL, Ramón. Descolonizar as esquerdas ocidentalizadas: para além das esquerdas eurocêntricas rumo a uma esquerda transmoderna descolonial. In: Contemporânea. Vol. 2, Num. 2, 2012.
JULLIEN, François. La identidad cultural no existe. Madrid: Taurus, 2016 (edição digital).
JULLIEN, François. O diálogo entre as culturas: do universal ao multiculturalismo. Rio de Janeiro: Zahar, 2010 (2008).
LEVINAS, Emmanuel. & KEARNEY, Richard. Dialogue with Emmanuel Levinas. In: COHEN, A. Face to face with Levinas. ALbany: State University of New York Press, 1986.
MAMANI, Fernando. Vivir Bien/Buen Vivir: Filosofía, políticas, estrategias y experiencias de los pueblos ancestrales. La Paz: Instituto International de Integración, 2015 (2010).
MANI, Lata. Interleaves: Ruminations on Illness and Spiritual Life. Northampton: Interlink Publishing Group, 2001.
MCLAREN, Peter. & JARAMILLO, Nathalia. Rethinking Critical Pedagogy. Socialismo Nepantla and the Specter of Che. In: Denzin, N.; Lincoln, Y.; Smith, L. (Org.), Handbook of Critical and Indigenous Methodologies. Thousand Oaks: Sage, 2008.
MEILLASSOUX, Quentin. Après la finitude: Essai sur la nécessité de la contingence. Paris, Seuil, 2006.
MILLS, Patrick. Enrique Dussel’s Ethics of Liberation. London: Palgrave, 2018.
NIETZSCHE, Friedrich. A gaia ciência. São Paulo: Cia das letras, 2002.
PACARI, Nina. La incidencia de la participación política de los pueblos indígenas: Un camino irreversible. In: Heriberto, C.; Mignolo, W. Las vertientes americanas del pensamiento y el proyecto des-colonial. Madrid: Tramas editorial, 2008.
QUIJANO, Aníbal. Colonialidad y modernidad/racionalidad. In: Revista del Instituto indigenista peruano. Vol. 13, Num. 29, 1992.
MALDONADO-TORRES, Nelson. Sobre la colonialidad del ser: contribuciones al desarrollo de un concepto, In: CASTRO-GÓMEZ, S.; GROSFOGUEL, R. (Org.) El giro decolonial: reflexiones para una diversidad epistêmica más allá del capitalismo global. Bogotá: Siglo del Hombre Editores, 2007.
MIGNOLO, Walter. The darker side of Western modernity: global futures, decolonial options. Durham: Duke University Press, 2011.
MIGNOLO, Walter. & WALSH, Catherine. On decoloniality: concepts, analytics, praxis. Durham: Duke University Press, 2018.
PANSARELLI, Daniel. Filosofia da latino-americana a partir de Enrique Dussel. Santo André: Editora UFABC, 2015.
SALAZAR, Juan. & WALSH, Catherine. Memoria colectiva, escritura y Estado. Prácticas pedagógicas de existencia afroecuatoriana. In: Cuadernos de Literatura. Vol. XIX, Num. 38, 2015.
SALAZAR, Juan. & WALSH, Catherine. Pensar sembrando/Sembrar pensando con El Abuelo Zenón. Quito: Universidad Andina Simón Bolivar, 2017.
TADEU DA SILVA, Tomás. Documentos da identidade: Uma introdução às teorias do currículo. Belo Horizonte: Autêntica, 2010.
TOMBA, Massimiliano. Insurgent Universality: An Alternative Legacy of Modernity. Oxford: Oxford University Press, 2019.
WALSH, Catherine. Entretejiendo lo pedagogico y lo decolonial. Columbus: Alternativas, 2017.
WALSH, Catherine. lnterculturalidad y colonialidad del poder. Un pensamiento y posicionamiento otro desde la diferencia colonial. In: MIGNOLO, W.; LINERA, G.; WALSH, C. (Org.). Interculturalidad, descolonización del Estado y del conocimiento. Buenos Aires: Del Signo, 2006.
Descargas
Publicado
Cómo citar
Número
Sección
Licencia
1. A publicação dos originais implicará a cessão dos direitos autorais à revista Conjectura.
2. Os textos não poderão ser reproduzidos sem autorização da revista depois de aceitos.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.