Dos ideários neoliberais à constituição de políticas de formação docente brasileira: tempos de recessão ideológica ou alienação mercadológica?
DOI:
https://doi.org/10.18226/21784612.v26.e021010Resumen
A formação docente brasileira foi marcada por interlocuções epistêmicas, mudanças e transformações estruturais e conjunturais, atreladas aos âmbitos sociais, culturais, econômicos, jurídicos e políticos, influenciando e (re)configurando as dimensões do ser professor. Sua configuração, como um ser social, permite a transposição dicotômica entre conhecimentos científicos e senso comum, possibilitando reflexões a uma análise conjuntural acerca da realidade posta, efetivando a essencialidade do processo formativo elucidada a partir do rompimento alienado efetivado por meio dos princípios ideológicos que regem, fragilizam e fragmentam essa formação. Propomos analisar evidências delineadas na Resolução CNE n. 6/2018 (BRASIL, 2018), acerca da implementação nacional de políticas institucionalizadas neoliberais para formação docente em Educação Física. Para tal feito, nos ancoramos em características investigativo-descritivas com pressupostos de análise de conteúdo e documental (MINAYO, 2016), sustentados pelo subentendimento da teoria da alienação trazidas por Konder (2008, 2009). Diante das análises, destacam-se indicadores dos ideários neoliberais, transcritos por meio de orientações com vistas à formação docente para atuação no mundo do trabalho. A partir das orientações normatizadas em prol de um processo formativo com competências e habilidades, delineadas nos indicadores destinados à “área de estudo e pesquisa”; “área de conhecimento específico para educação”, “atividade acadêmica para prática pedagógica”; e “componente curricular”, evidenciando os pressupostos de uma formação sistêmica e linear, subscrevendo a formação humana do futuro professor a determinados interesses e com viés que diverge dos pressupostos educacionais, suscitando uma possibilidade de alienação, induzindo à formação docente por meio de uma ideologia prescrita subliminarmente, à qual o profissional em formação será submetido, dificultando, por vezes, a construção de um conhecimento que propicie sua emancipação de forma crítica e reflexiva acerca da realidade social.
Palavras-chave: Educação Física. Formação docente. Neoliberalismo. Alienação
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