Contribuições críticas sobre a produção científica na atualidade
DOI:
https://doi.org/10.18226/21784612.v25.dossie.12Abstract
O teórico Michael Löwy afirmou que o campo científico é social e politicamente condicionado, não sendo viável estabelecer um distanciamento entre ciência e ideologia. No atual momento, é possível visualizar a clareza dessa afirmação, na medida em que o campo científico se demonstra obstruído diante do cenário político vivenciado. O pensamento crítico e problematizador é tido como um perigo eminente perante a conjuntura conservadora e antidemocrática que se acentua. Com isso, a produção de pensamento crítico e o posicionamento de resistência, diante da formação conservadora, assume a denominação de doutrinação, e o debate gerador de reflexão tende a ser calado, sobretudo se não confirmar a lógica dominante. Ao compreendermos a necessidade de reafirmar o teor questionador da produção de conhecimento, como elemento central na formação social, entende-se sua relevância na construção de um caminho democrático do pensamento social. Neste trabalho, buscamos levantar reflexões a partir de uma revisão bibliográfica, procurando entender produção de conhecimento em um período de anti-intelectualismo. Em contraposição ao conceito positivista de neutralidade do conhecimento, pretende-se investigar a relação dialética entre representação política e formação intelectual. Nossa concepção de pesquisa científica situa-se em um campo que não é neutro, mas permeado de diferentes concepções de mundo, de ser humano e de conhecimento, bem como engendrada por relações que ocorrem entre sujeitos, que propendem a produzir conhecimentos científicos a partir do seu lugar social, um lugar suficientemente privilegiado. Este trabalho se propõe examinar essas questões, ao referenciar a formação social como aspecto determinante na produção de conhecimento. Aponta-se à figura do intelectual orgânico como elemento essencial para pensar essa questão, ao salientar a contraposição ao retrocesso científico imposto no último período e a valorização do pensamento crítico, mais do que nunca como pensamento que resiste no campo da pesquisa e diante do sistema produtivista que o concebe.
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