EDUCAÇÃO POPULAR E EDUCAÇÃO DE PESSOAS JOVENS E ADULTAS ENTRE TEMPOS DE ENLACES E TRAVESSIAS
Schlagworte:
Educação Popular, Educação de Jovens e Adultos, Travessias e passagens, RememoraçãoAbstract
Este artigo tem como objetivo abordar os entrelaçamentos entre o Grupo de Trabalho – Educação Popular (GT 06) e o Grupo de Trabalho-Educação de Pessoas Jovens e Adultas (GT 18), acentuando as condições que fizeram com que pesquisadores dedicados aos estudos da educação de jovens e adultos postulassem um lugar de debates para discussões de pesquisas de interesses específicos na estrutura organizativa da Anped. O artigo ancora-se na teoria crítica formulada por Walter Benjamin em especial, o conceito materialista-dialético de história escovada a “contrapelo” de modo a ressaltar as travessias e passagens que repercutiram em aparentes dissonâncias em relação ao campo da Educação Popular. O artigo lança mão de análise bibliográfica e documental, tendo em vista abordar os 40 anos da criação do GT de Educação Popular, incluindo os acontecimentos que principiam o reposicionamento de pesquisadores para a definição de um campo de pesquisas sobre educação de jovens e adultos, por meio do GT18. Argumenta-se que, no contexto nacional, as condições produzidas pela transição democrática contribuíram para uma conjuntura favorável às travessias para se pensar epistemologias e ressignificações de experiências tanto na educação popular quanto na educação de jovens e adultos, na perspectiva escolar. Além de capturar dissonâncias que levaram a constituir este grupo em suas especificidades, o texto mostra as interfaces entre estes grupos no campo acadêmico, por meio dos enfrentamentos contra ações impostas pelo desmonte da democracia, pelo cerco criminoso aos povos originários, pelos povos quilombolas e trabalhadores do campo e da cidade. O texto indica que a criação do GT 18 não significou rupturas com princípios que orientam a EJA na perspectiva da Educação Popular, considerando que a modalidade traz consigo a marca social dos oprimidos, cujas histórias estão abertas a escritas rebeldesLiteraturhinweise
Referências bibliográficas
ARROYO, Miguel. Formar Educadoras e Educadores de Jovens e Adultos. In: SOARES, Leôncio (Org.). Formação de Educadores de Jovens e Adultos. Belo Horizonte: Autêntica, UNESCO, MEC, 2006. P. 17-32
BENJAMIN, Walter. Linguagem, Tradução, Literatura – Filosofia e Teoria Crítica.Trad. João Barrento. Belo Horizonte: Autêntica, 2018.
________________.Origem do drama trágico alemão. Edição e tradução João
Barrento 2ª edição FILOBENJAMIN. Belo Horizonte: Editora Autêntica, 2016
___________________. Escritos Sobre Mito e Linguagem (1915-1921). Organização,
apresentação e notas de Jeanne Marie Gagnebin; tradução de Susana Kampff Lages e
Ernani Chaves. São Paulo: Duas Cidades; Ed. 34, 2011
_____________.Sobre o Conceito de História. In. LÖWY, Michael. Aviso de Incêndio: uma leitura das teses “Sobre o Conceito de História”. Trad. W.N.C Brandt [Trad. das Teses por Jeanne M. Gagnebin e M. L Müller]. São Paulo: Boitempo, 2005.
______________.Obras Escolhidas – Magia e Técnica, arte e política, 2ª. ed. São
Paulo: Brasiliense, 1993.
_______________. Surleprogramme de laphilosophiequivient. In: ______. Mythe et violenceParis: Denoël, 1971. Texto originalmente publicado em de 1918. Tradução de Maurice de Gandillac.
BORDIEU, Pierre; WACQUANT, Loïc. Uma invitación a la sociologia reflexiva. Buenos Ayres: SigloVinteuno, 2013
BORDIEU, Pierre. A miséria do mundo. Petrópolis. RJ. Editora Vozes, 2008.
CALADO, Alder Júlio Ferreira. Educação popular nos movimentos sociais do campo:
potencializando a relação micro-macro no cotidiano como espaço de exercício da cidadaniaIn: NETO José Francisco de Melo e SCOCUGLIA, Afonso Celso. Educação Popular:outros caminhos, João Pessoa: Universitária/UFPB, 1999.
COSTA, Marisa Vorraber, FLEURI, Reinaldo Matias.Tra-
vessia; questões e perspectivas emergentes na pesquisa em edu-
cação popular, Ijuí, Rs: Ed. Unijuí, 2001.
ESTEBAN, Maria Teresa. TAVARES, Maria Tereza Goudard. Educação Popular e a
Escola Pública: antigas questões e novos horizontes. In: STRECK, Danilo R. ESTE-
BAN, Maria Teresa (Orgs.). Educação Popular: lugar de construção social coletivaPetrópolis, RJ: Vozes, 2013.
FERRARO,Alceu A ANPEd, a pós-graduação, a pesquisa
e a veiculação da produção intelectual
na área da educação. In: Revista Brasileira de Educação. Set /Out /Nov /Dez 2005, n. 30
FERNANDES, Florestan. O desafio educacional. São Paulo: Expressão Popular, 2020
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Esperança. Um reencontro com a Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1992.
_____________. Pedagogia do Oprimido. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1987.
FISCHER, Nilton Bueno. A produção do GT 18 da ANPED (1998-2008) Texto trancrito. In: SOARES, Leôncio(Org.). Educação de Jovens e Adultos: o que dizem as pesquisas. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
GAGNEBIN, Jeanne Marie..W. Benjamin ou a história aberta. Prefácio a W. Benjamin.Obras Escolhidas I. São Paulo: Brasiliense, 1987
GALEANO, Eduardo. O direito ao delírio. Biblioteca Básica Latino Americana. Organização Sérgio Cohn. Apresentação Eric Nepomuceno. Fundação Darcy Ribeiro, 2022.
GARCIA, Regina Leite. A busca da coerência: reflexões sobre a
produção do GT Educação Popular. In: Revista Brasileira de Educação. Set/Out/Nov/Dez 2001 N.18
GRAMSCI, A. Antonio Gramsci:cadernos do cárcere. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, v. 1, 1999.
_____________. Concepção Dialética da História. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1995.
HADDAD, S. (coord.). O estado da arte dos programas em educação de jovens e adultos no Brasil: a produção discente da pós-graduação em educação no período de 1986-1988. Relatório de pesquisa, São Paulo, Ação Educativa, 2000.
__________. Prefácio. In: SOARES, Leôncio(Org.). Educação de Jovens e Adultos: o que dizem as pesquisas. Belo Horizonte: Autêntica Editora, 2011.
MATOS, Olegária. Os Arcanos do Inteiramente Outro: a Escola de Frankfurt, a
Melancolia, a Revolução. São Paulo: Brasiliense, 1989
PIERRO, Maria Clara Di, JOIA, Orlando, RIBEIRO. Vera. Visões da educação de jovens e adultos no Brasil. In: Cadernos CEDES, ano XXI, nº 55, novembro/2001
WANDERLEY. Eduardo. Educação Popular e processo de democratização. In:VALLE, Edênio e QUEIRÓZ, José (Orgs.).A cultura do povo. São Paulo: Cortez & Moraes, 1979.
SÃO PAULO (Cidade). Secretaria Municipal de Educação de São Paulo. Documento:Aos que fazem a educação conosco em São Paulo/ Construindo a Educação Pública
Popular. Suplemento do Diário Oficial do Município, de 01/02/ 1989.
SOUZA, João Francisco. Educação Popular para o terceiro milênio – desafios e perspectivas. In: COSTA, Marisa Vorraber (Org.). Educação Popular hoje. São Paulo: Edições Loyola, 1998.
Downloads
Veröffentlicht
Zitationsvorschlag
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
1. A publicação dos originais implicará a cessão dos direitos autorais à revista Conjectura.
2. Os textos não poderão ser reproduzidos sem autorização da revista depois de aceitos.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.