O discurso fotográfico entre a doxa e o paradoxo

Autores

  • Maria do Carmo Serén Investigadora do Centro Interdisciplinar Cultura, Espaço, MemóriMaria deo Carmo Sewréna, Faculdade de Letras, Universidade do Porto, Portugal http://orcid.org/0000-0002-5062-9283

DOI:

https://doi.org/10.18226/21784612.v27.e022002

Palavras-chave:

Discurso e leitura popular e erudita, Pluralidade da Fotografia, História da Fotografia.

Resumo

Pensa-se, hoje, a Fotografia como um discurso, uma prática e um olhar sobre objetos sociais, as imagens fotográficas em diferentes suportes, que são plurais, - tocam ou determinam os saberes -  e se tornaram globais na sociedade da comunicação.  Imagem técnica e do cotidiano que é olhada, se usa e sobre a qual se faz uma de duas leituras, de forma intuitiva, dada a longa aprendizagem de a ver como informação e prazer, (leitura popular) que remete para a identificação do tempo, espaço ou acontecimento  ou através da leitura erudita que se foi construindo desde o Positivismo e que, de resto, ela mesma, ajudou a construir. Se a primeira leitura aceita, de forma afetiva, como verdade a simples verosimilhança aprendida, a leitura erudita assenta nas correntes do pensamento determinadas pela evolução científica, filosófica ou artística: reflexões de Psicologia, Sociologia, Psicanálise, Filosofia, Química, Física Clássica ou Quântica agregam uma cultura fotográfica onde a prática também evolui de acordo com os novos suportes eletrónicos. Esta doxa, universalmente aceite torna-se afinal paradoxal quando a base da aprendizagem de uma produção decisivamente plural e informativa é apresentada e defendida em Histórias da Fotografia onde a imagem fotográfica é estudada de acordo com o modelo exclusivo da História de Arte, ocultando da imagem a sua especificidade.

Palavras-chave:  Leitura erudita/popular; Pluralidade/Histórias da Fotografia

 

 

Biografia do Autor

Maria do Carmo Serén, Investigadora do Centro Interdisciplinar Cultura, Espaço, MemóriMaria deo Carmo Sewréna, Faculdade de Letras, Universidade do Porto, Portugal

Licenciada em História e Ciencias Pedagógicas; reformada de Coordenadora do Centro Português de Fotografia- Publicações diversas s/ História e Fotografia em Portuigal, França, Espanha, Reino Unido, E.U., Brasil...(Ver Google/Maria do CVarmo Serén. Atualmente investigadora do CITCEM FL/UP.  

 

Referências

ARNHEIM, Rudolf, 1974, in Ensaios sobre Fotografia de Nièpce a Kraus, p. 149–161 org. Alan Trachtenberg, 2013, Orfeu Negro, Lisboa.

BARTHES, François, 1998, A câmara clara, Edições 70, Lisboa.

BARTHES, Roland,1982, La rethorique de l’image in L’obvie et l’obtus, Essais III, Seuil, Paris.

BAUMAN, Zygmund, 2012, Ensaios, Jorge Zahar, Ed, Rio de Janeiro.

BAZIN, André, 1945, Ontologie de l’image photographique in Qu’est-ce que le cinema? Paris, Ed. Du Cerf, 1975.

BENJAMIN, W. Magia, arte e técnica: ensaios sobre a literatura e história da cultura. São Paulo: Brasiliense, 1985.Obras Escolhidas, v.1.

CHÂTELET, François, 1997, História da Filosofia. O Século XX, Postfacio, Don Quixote, Lisboa.

DELEUZE, G., GUATTARI, 1992, O que é a Filosofia? Presença, Lisboa.

DIDI-Huberman, Georges, 2008, Imagens de lamentação, imagens lamentáveis, in Revista de Comunicação e Linguagens, p. 63–74, Lisboa.

DURAND, Régis, 1997, Lo que no puede ser visto, in Papel Alpha, nº 3, Salamanca.

DURAND, Régis, 1995, Le temps de l’image, Essai sur les conditions d’une histoire des formes photographiques, La Difference, Paris.

FLUSSER, Vilém, 2001, Una filosofia de la fotografia, Editorial Síntisis, Madrid.

FOUCAULT, Michel, 2006, O que é um autor?, Nova Veja/Passagens, Lisboa.

KRAUS, Rosalind, 1985, Photoghraphy’s Discursing Spaces, in The Originality of the Avant-Garde and other Modernist Myths, 131–150 MIT Press, Cambridge.

GIL, José, 2020, A pandemia e o capitalismo numérico, jornal Público, 13 de abril.

PERNIOLA, Mário, 2000, Enigmas, o Momento Egípcio na Sociedade e na Arte, Bertrand Editores, Lisboa.

RITCHIN, Fred, 2010, After photography, Ed. Norton, NY/London.

SEKULA, Allan, 1984, Sobre a invenção do significado da fotografia, in Ensaios sobre fotografia,1913, p. 387–409.

SONTAG, Susan, 1977, On photography, N.Y.

VATTIMO, Gianni, 1992, The transparente Society, Baltimore Univ. J. Hopkins, p. 117.

VIRILIO, Paul, 1997, Un monde super exposé fin de l’histoire ou fin de la geographie?, in Le Monde Diplomatique, agosto 1997, p. 17.

TISSERON, Serge, 1996, La imagen funambula, o la sensacion en fotografia, in Papel Alpha nº 2; 2000, El mistério de la cámara lúcida, Papel Alpha nº 4, Salamanca.

Downloads

Publicado

2022-04-05

Como Citar

Serén, M. do C. (2022). O discurso fotográfico entre a doxa e o paradoxo. CONJECTURA: Filosofia E educação, 27, e022002. https://doi.org/10.18226/21784612.v27.e022002

Edição

Seção

Dossiê: ÉTICA E FILOSOFIA POLÍTICA EM PAULO FREIRE.