A Pedagogia Crítica segundo Nietzsche
DOI:
https://doi.org/10.18226/21784612.v25.dossie.11Resumo
A reflexão tem como objetivo identificar aspectos de um pensamento educacional no conjunto das obras, em Nietzsche, como uma perspectiva de autotransformação. Defende a tese de que a perspectiva educacional do filósofo é crítica e se apresenta como uma antieducação, na medida em que se contrapõe ao modelo educativo tradicional. Tendo como procedimento metodológico a pesquisa bibliográfica, recorreu-se à seleção de textos e obras que abordaram a temática da Educação nas três fases do pensamento de Nietzsche. Na primeira fase, consideram-se os textos: “Sobre o futuro dos nossos estabelecimentos de ensino” (1872) e a “Terceira Consideração extemporânea: Schopenhauer como educador” (1874). Neles, identificam-se aspectos de um projeto educativo em devir na filosofia de Nietzsche, voltado à renovação da cultura alemã daquela época. Já na segunda fase, trata-se da ruptura com a filosofia de Schopenhauer, e com a música de Richard Wagner como aspectos fundamentais de um projeto educacional que passou a inaugurar a “Escola da Suspeita” na obra Humano, demasiado humano, que leva Nietzsche a pensar na ciência como um contraponto à forma metafísica de entender o mundo. Ele dá preferência às coisas demasiadamente humanas, ou seja, pensa na Educação como libertação, na perspectiva do espírito livre. Em decorrência do pensamento educacional de Nietzsche, em sua terceira fase na obra Assim falou Zaratustra, identificam-se quatro aspectos
da antieducação traduzidos como: o ensino da solidão; o ensino da elevação; o ensino da grande razão; e o ensino da afirmação. Conclui-se que tais aspectos constituem um quadro interpretativo, os quais articulam as lições filosófico-existenciais de uma Pedagogia Crítica na Educação, contrária à tradição ocidental que construiu, em seus processos educativos, uma cultura da gregariedade e da negação da vida.
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