V. 18 N. 2

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Neste número da revista Conjectura: filosofia e educação que ora apresentamos, queremos convidar os leitores a refletirem a partir de textos que veiculam resultados de pesquisas sobre problemas situados na interface entre educação e filosofia. As questões abordadas versam sobre a formação integral, a educação infantil, a extensão universitária, o conservadorismo, a mestiçagem brasileira, a relação entre estética e ética e as múltiplas teorias e concepções de democracia.O primeiro texto, intitulado A extensão universitária a partir de Jürgen Habermas e Enrique Leff, de autoria de Vilmar Alves Pereira e Leonardo Dorneles Gonçalves, discute a relação entre modernidade e racionalidade, a partir de Habermas e Leff, aproximando tal discussão do terreno da educação ambiental. Procura compreender em que medida a acepção de racionalidade ambiental pode contribuir, em nossas práticas educativas, no contexto da extensão universitária.O segundo texto, de Milena Aragão, Jordana Wruck Timm e Lúcio Kreutz, intitula-se A história oral e suas contribuições para o estudo das culturas escolares. Pretende evidenciar a história oral como um caminho metodológico para os estudos das culturas escolares, de modo a recuperar os registros do passado através da subjetividade dos sujeitos de hoje.A seguir, apresentamos o texto Educação integral e os espaços educativos: um diálogo necessário, de Mercês Pietsch Cunha Mendonça, Iolene Mesquita Lobato e Cleonice Borges Ribeiro Faria. O estudo defende o diálogo entre comunidade e escola para o projeto da escola de educação integral. Algumas das questões abordadas: Como transformar escolas públicas em instituições capazes de promover de fato essa formação? Quem são esses educadores de tempo integral? Como serão pensadas e articulas as oficinas que possibilitem a este público essa formação completa, integral?A formação integral: um desafio pedagógico, de Rosa de Lourdes Aguilar Verástegui, analisa as Cartas sobre a Educação Estética do ser Humano (1791-1793) de Schiller. Schiller propõe uma educação harmonizadora que equilibre o ser humano, por meio da experiência estética. Ética e estética convergem porque a estética mantém o equilíbrio do indivíduo de tal maneira que, graças ao domínio racional das pulsões, além de aspirar a um estado estético, o ser humano pode chegar ao estado político, que é a garantia da autonomia.O quinto texto, intitulado Aspectos da educação da criança na história da filosofia da educação: a perspectiva de filósofos e educadores, é de Heraldo Aparecido Silva e Fernanda Antônia Barbosa da Mota, e reúne diferentes concepções sobre a educação das crianças na perspectiva de filósofos e educadores: Platão, Montaigne, Descartes, Locke, Rousseau, Kant, Vygotsky, Dewey, Piaget e Lipman. A partir da compreensão dos avanços e retrocessos no estudo da educação da criança, defende a necessidade e a relevância do estudo dessa temática no âmbito acadêmico, particularmente, na disciplina Filosofia da Educação.O sexto texto é de autoria de Wilson Francisco Correia e se intitula que é conservadorismo em educação?. Procura evidenciar como o pensamento conservador interferiu no campo educacional durante as reformas educacionais realizadas nos anos 90. O autor mostra que, hoje, vivemos na vigência de marcos legais e diretrizes filosófico-pedagógicas lastreadas nos imperativos que orientaram as reformas político-econômicas, ideológico-culturais e epistêmico-educativas afeitas às necessidades do sistema capitalista, então hegemônico no período pós- Guerra-Fria.Em Questões conceituais de ética em educação, Maria Judith Sucupira da Costa Lins defende que, para se tornar inteiramente humana, cada pessoa precisa se sentir integrada à humanidade, e isso somente é possível por meio de conceitos universais de ética.No oitavo texto, intitulado A contribuição do sincretismo brasileiro para a construção de uma ética global, Renato Somberg Pfeffer sustenta que a mestiçagem cultural brasileira é um exemplo da possibilidade de um mundo mais humanizado. A partir dessa herança pluricultural é possível pensar um movimento ecumênico de povos que, para afirmarem-se, não precisariam negar o outro. No intuito de comprovar essa hipótese, o texto discute a questão da filosofia intercultural e sua relação com o espírito latino-americano e o centro de força da cultura brasileira, enfatizando sua originalidade e vocação histórica de acolhimento universalista, de tolerância e cordialidade.A seguir, de autoria de Juan Carlos Mansur Garda, apresentamos o texto La belleza, horizonte de sentido. Nele, Mansur Garda propõe valorar a contemplação da beleza como guia existencial na vida do homem e aborda o narcisismo como uma via não autêntica de se aproximar da beleza. Por fim, propõe o correto exercício do gosto, como uma forma para encontrar beleza, mesmo em ocasiões em que não seja fácil encontrá-la no mundo.Marta Rios Alves Nunes da Costa, em Democracy and democracies: between theory and facts, dialoga com Robert Dahl, Benjamin Barber, Robert Goodin e David Plotke, evidenciando que há tantas teorias quanto perspectivas sobre democracia. Após desenhar o contexto geral para uma reflexão crítica sobre democracia e defender que a instanciação dos vários modelos democráticos depende da importância que se confere a cada um dos critérios, Costa procura identificar as implicações dos modelos representativo, participativo e deliberativo e uma forma de redefinição da democracia mais positiva para o futuro, tendo o orçamento participativo como prática exemplar a seguir.Completam este número a resenha de Paulo Tiago Cardoso Campos da obra Grandes questões da ciência, de Harriet Swain, a resenha de Diogo da Silva Roiz da obra Represálias selvagens: realidade e ficção na literatura de Charles Dickens, Gustave Flaubert e Thomas Mann, de P. Gay e a resenha de Marcos André Webber da obra Ensaio filosófico sobre a dignidade: antropologia e ética das biotecnologias, de Bernard Baertschi.Boa leitura!
Pubblicato: 2013-07-03

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