Educação para o pensar: uma análise epistemológica do método dialético-socrático aplicado à pragmática filosófica de Lipman
DOI:
https://doi.org/10.18226/21784612.v26.e021026Abstract
O presente trabalho faz uma análise comparativa entre o pensamento dialético de Sócrates e a proposta pedagógica do filósofo Matthew Lipman, principalmente em suas obras A Filosofia vai à escola (1990) e O pensar na Educação (1995). Para tanto, identificamos que o pensamento dialético como método aparece em Sócrates através da maiêutica, em que, por meio do diálogo, busca-se chegar a um pensamento correto. Esse exercício conceitual acompanha a história da Filosofia e ganha um lugar central nas reflexões epistemológicas sobre o processo do conhecimento que pode ou não provir de um sujeito autônomo e engajado no mundo em que vive, como podemos identificar no livro VII da República (1949) e no diálogo de Críton (1997). Lipman, com sua filosofia pragmática, é um desses autores influenciados pela dialética socrática que encontra no debate público o caminho para pensar uma prática educacional engajada no desenvolvimento intelectual e social dos envolvidos no processo de ensino de filosofia da infância. Destacamos que essa proposta de ensino endossa uma crítica ao modelo de educação conteudista e insere a educação para o pensar nos anos iniciais da Educação Básica como um processo reflexivo contextualizado e dialógico. Nesse sentido, destacamos o método socrático adaptado à filosofia para criança como resultado de uma visão pedagógica pautada no pensamento dialético que possibilita a formação de um sujeito epistemológico e moral. Pensar a Educação como ferramenta de evolução social ao formar indivíduos seguros de suas posições conceituais e abertos às diferenças, sejam elas epistemológicas, sejam ideológicas, nos parece ser uma das principais contribuições extraídas da abordagem dialética pragmática da filosofia para o pensar.
Palavras-chave: Epistemologia. Filosofia. Diálogo. Pensamento. Educação.
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