Singularidade privada, vida cotidiana e necessidade religiosa: anotações lukacsianas sobre a arte
DOI:
https://doi.org/10.18226/21784612.v26.e021020Abstract
O artigo busca desenvolver a articulação entre a pessoa privada e a necessidade religiosa. Toma-se como base o chão do cotidiano, dado que é ali onde o sujeito singular vivencia sua práxis. Com base na relação entre a vivência cotidiana do sujeito singular e sua elevação a um patamar superior de vivência, tematiza-se o papel da religião, da ciência e da arte no soerguimento desse sujeito a tal patamar superior de convivência. O texto, metodologicamente, realiza um estudo de caráter teórico-bibliográfico, em que se elege, como meio para atingir a finalidade proposta pelo objeto, a leitura imanente do Capítulo 16 da Grande estética de Georg Lukács. A título de considerações, problematiza-se que a relação entre a necessidade religiosa e a arte se apresenta de modo distinto, na contemporaneidade, do que foi, por exemplo, no Renascimento, haja vista que, nessa nova forma contemporânea, a configuração entre religião e arte mostra-se problemática para o complexo artístico. As consequências dessa problemática acarretam dificuldades para que a arte mantenha seu caráter realista. Com isso, a capacidade artística de desenvolver as determinações necessárias da criação, fica comprometida. Consequentemente, a obra não consegue apanhar, por meio da dialética imanente da vida humano-social, os caracteres que possibilitam configurar seres humanos e suas relações socialmente típicas. Quanto mais esse efeito cresce, mais os artistas procuram introduzir, em suas composições, categorias externas ao campo da arte, a exemplo de descrições científicas. Isso cria sérias dificuldades para que o realismo artístico possa ser plasmado na obra acabada. O resultado desse quadro é o aumento dos obstáculos para que a arte registre a autoconsciência humana.
Palavras-chave: Vida cotidiana. Necessidade religiosa. Singularidade privada. Arte moderna. Lukács.
Riferimenti bibliografici
BENN, Gottfried. Doble vida y otros escritos. Trad. de Ramón Strack. Barcelona: Barral Editores, 1970.
LENOIR, Frédéric. Las metamoforsis de Dios: la nueva espiritualidad occidental. Trad. de María Hernández Díaz. Madrid: Alianza, 2005.
LESSA, Sérgio. O revolucionário e o estudo: por que não estudamos? São Paulo: Instituto Lukács, 2014.
LUKÁCS, Georg. Para a ontologia do ser social. Trad. de Sergio Lessa. Maceió: Coletivo Vereda, 2018. v. 13.
LUKÁCS, Georg. Estética: la peculiaridad de lo estético. Trad. de Manuel Sacristán. Barcelona: Ediciones Grijalbo, 1967. v. 4.
LUKÁCS, Georg. Conversando com Lukács: entrevista a Léo Kofler, Wolfgang Abendroth e Hans Heinz Holz. Trad. de Giseh Vianna. São Paulo: Instituto Lukács, 2014.
MARX, Karl; ENGELS, Friedrich. A ideologia alemã: crítica da mais recente filosofia alemã em seus representantes Feuerbach, B. Bauer e Stirner, e do socialismo alemão em seus diferentes profetas. Trad. de Rubens Enderle. São Paulo: Boitempo, 2007.
MARX, Karl. O 18 brumário de Luis Bonaparte. Trad. de José Barata Moura e Eduardo Chitas. São Paulo: Expressão Popular, 2008.
MOREIRA, Luciano Accioly Lemos. O significado da vida no sistema do capital: introdução. São Paulo: Instituto Lukács, 2018.
PINTO, Álvaro V. O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008a. v. 1.
PINTO, Álvaro V. O conceito de tecnologia. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008b. v. 2.
Downloads
Pubblicato
Come citare
Fascicolo
Sezione
Licenza
1. A publicação dos originais implicará a cessão dos direitos autorais à revista Conjectura.
2. Os textos não poderão ser reproduzidos sem autorização da revista depois de aceitos.
Este trabalho está licenciado com uma Licença Creative Commons - Atribuição 4.0 Internacional.