Reimaginação das cidades de Calvino por meio de fragmentos tradutórios // DOI: 10.18226/21784612.v23.n1.4
Abstract
Este ensaio tem como objetivo afirmar a leitura e a escrita enquanto processo ativo tradutório, por meio da reimaginação do Texto de Partida As cidades invisíveis, redigido em 1972 pelo autor italiano Ítalo Calvino. O ensaio é tecido mediante a noção de fragmentos, tal como entendido por Tavares (2013), em que a escrita se constitui como uma experimentação do pensamento. Toma como ponto de partida as pistas deixadas pelo viajante Marco Polo, na obra de Calvino, a qual foi lida e reinventada pelos acadêmicos do Curso de Pedagogia de uma Instituição de Ensino Superior localizada no interior do Rio Grande do Sul. Um Roteiro de Procedimentos Escrileitores – escritura e leitura – das Cidades de Calvino foi disponibilizado aos estudantes, tendo como proposição mostrar nove regras, cujo objetivo consistiu em servir à operação tradutório-inventiva. A partir delas, os estudantes arriscaram uma leitura ativa e uma escritura viva, ou seja, uma escritura tradutória, que não visa à recuperação literal do texto, mas privilegia uma escrileitura inventiva e traduções-reinvenções. Como aporte teórico, o texto aproxima-se do pensamento da diferença, de Roland Barthes, de Gilles Deleuze, além das teorizações da tradução literária propostas por Haroldo de Campos. Trata-se de experimentar a prática da leitura e o ensaio da escrita gerando novas interpretações ao Texto de Partida. Nesse sentido, ler-e-escrever configuram-se como uma prática aberta, jamais definitiva e tampouco estática. Em síntese, o texto propõe defender que os Textos de Partida são sempre fisgados pelos processos tradutórios e, por isso, novamente reinventados via leitura e escrita em Textos de Chegada.
Palavras-chave: Tradução. Recriação. Pedagogia. Educação.
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