Ação dialógica para formação crítica: pedagogias cidadãs e resistências democráticas ao eurocentrismo
Parole chiave:
Ação Dialógica, Decolonialização, Eurocentrismo, Paulo Freire, Pedagogia.Abstract
Este artigo propõe uma discussão a respeito do pensamento ocidental eurocêntrico como o principal irradiador do conhecimento universal disseminado nas escolas e espaços educacionais. Observa-se que o eurocentrismo constitui um projeto hegemônico que mantém os países em desenvolvimento presos a certas formas de pensar e fazer que convergem para um sistema capitalista predatório, direcionador de práticas pedagógicas que se distanciam do que constituiria o maior interesse da Educação nestes países: a formação crítica de cidadãos. Neste sentido, propõe-se a ação dialógica de Paulo Freire como uma forma de combate à colonialização cultural, política e econômica. O artigo é constituído por uma revisão inicial sobre o imperativo eurocêntrico e o estabelecimento de um conhecimento hegemônico, engendrado não apenas nos conteúdos que são disseminados nos livro didáticos e nos currículos, mas também nas formas de aprender a pensar e nas maneiras de construção de novos conhecimentos. Propõe-se que a universalidade do conhecimento deveria ser, na verdade, uma pluriversalidade, dando conta de diferenças e riquezas regionais distribuídas pelas diversas nações não europeias. Em seguida, apresenta-se a decolonialização do conhecimento como forma de resistência à hegemonia e como componente essencial para a construção de sociedades democráticas, diminuindo desigualdades e atenuando o poder colonizador. Por fim, apresenta-se o conceito da ação dialógica na perspectiva de Paulo Freire, expondo os pressupostos e ações que compõem o diálogo como forma de interação e colaboração para a libertação. Conclui-se, com a discussão realizada, que a decolonialização possui, no mínimo, uma vertente cultural e uma epistêmica, alvos evidentes das práticas pedagógicas e educacionais que buscam contribuir para a formação crítica e democrática de cidadãos, bem como para a formação da identidade latino-americana independente.
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