(Des)construções filosóficas sobre o Brincar
Mots-clés :
Brincar, Criança, Pedagogia, Filosofia, Currículos.Résumé
Viver e brincar estão diretamente associados para a criança. Aprender e desenvolver, ainda que inconscientemente, também. Do ponto de vista da Filosofia e da Pedagogia, o brincar está diretamente relacionado comas noções de consciência, alteridade e práxis, o que significa refletir que é pelo brincar que o sujeito tem a sua primeira experiência autônoma com o prazer da vida em seu inconstante devir. Como parte de uma pesquisa qualitativa desenvolvida no biênio 2019-2020 entre pedagogos(as) em formação de uma Faculdade de Educação, este artigo tem como objetivo evidenciar o brincar como uma ação que humaniza a criança, que ludicamente a ensina e que se constitui como uma prática de liberdade, pelo que, deve ser plenamente exercido e não meramente constar nos marcos legais como um direito da criança. Trata-se de uma revisão de literatura cujos resultados empíricos apresentados e discutidos são provenientes da referida pesquisa que, ancorada em uma abordagem qualitativa, valeu-se dos procedimentos de pesquisa bibliográfica, pesquisa documental e pesquisa de campo. Como desfecho principal deste texto, constata-se uma carência da exploração da temática do brincar durante o percurso formativo dos participantes, uma vez que apenas 8% do total de horas que compõem o currículo se destinam a essa discussão. Para mudar essa realidade curricular, urge, pelos elaboradores e mediadores dos currículos proclamados e praticados, a compreensão do brincar como dimensão fundamental da vida da criança.
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