Husserl e Dostoiévski: uma leitura fenomenológica de Memórias do subsolo
Mots-clés :
existencialismo, fenomenologia, consiênciaRésumé
É possível pensar uma relação entre a obra Memórias do subsolo de Dostoiévski e a fenomenologia de Edmund Husserl? A intenção desse artigo é pensar essa obra de Dostoiévski por via da fenomenologia de Husserl, através de uma abordagem ontológica voltada ao conceito de consciência. Supera-se a relação com a filosofia de Nietzsche, para mostrar novas perspectivas de interpretação, a qual garanta um trampolim para uma interpretação filosófica contemporânea. Dentro desta linha de pensar evocam-se alguns temas de análise que perpassam os dois autores, o existencialismo, a consciência, a razão e a psicologia. A metodologia de pesquisa é uma revisão e análise bibliográfica dos temas da consciência e existencialismo dentro de uma perspectiva fenomenológica, que amplie o conhecimento racional da fenomenologia e ao mesmo tempo faça pensar os limites da razão dentro do escrito do literato. A ordem de nossa exposição resgata o aspecto existencial presente em ambos intelectuais, mostra-se que Husserl não deixa de lado um pensamento existencial acerca da vida, e que se aproxima muito de Dostoiévski. Num segundo momento apresenta-se uma reflexão sobre a consciência e sua importante e limites nessa perspectiva fenomenológica e existencial, e para finalizar as críticas à razão do lado da literatura e a possibilidade de uma racionalidade pensada sem a dicotomia moderna. Como conclusão desse artigo encaminha-se ao pensamento inicial de uma superação da racionalidade lógica, para uma racionalidade existencial-fenomenologica, que se aproxima dos temas das emoções do russo através do conceito de uma consciência intencional somada aos conteúdos materiais que acrescem as vivências da consciência.
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