A genealogia como expansão da crítica no pensamento de Michel Foucault

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.18226/21784612.v26.e021030

Resumen

Este artigo faz um traçado temporal/metodológico na obra de Michel Foucault, a partir dos eixos teórico-metodológicos da arqueologia e da genealogia e busca demonstrar que a passagem de um eixo para outro significa, igualmente, uma alteração de método e de objeto de pesquisa. Todavia a dimensão arqueológica não é posta de lado, trata-se, antes, de uma expansão da crítica, pois essa se mantém de forma contundente, apesar de o tipo de questão metodológica mudar, e a análise passar a centrar-se, então, na correlação entre poder e saber. A metodologia utilizada para a escolha das obras referenciadas no presente artigo deu-se a partir da seleção de passagens, no conjunto dos textos, que tratam dos temas abordados e que corroboram os argumentos propostos. Visa, ainda, a detalhar os elementos metodológicos da genealogia, apresentando o seu potencial crítico, a partir do entendimento de que a crítica genealógica é local, contingente, provisória; é um empreendimento para libertar os saberes históricos; é preciso ultrapassar/criticar uma tradição que defende que só há saber onde/quando se suspendem as relações de poder. Por fim, quando se define o exercício de poder, como um modo de ação sobre a ação dos outros, quando o caracteriza pelo governo dos homens, por uns ou outros, no sentido mais lato dessa palavra, inclui-se um elemento fundamental: a liberdade. O poder só se exerce sobre sujeitos livres e enquanto são livres – a relação de poder e a insubmissão da liberdade não podem ser separadas. A genealogia instaura uma ontologia histórica (limitada, determinada e sempre passível de recomeço), e o que se propõe é um êthos, uma vida filosófica em que a crítica do que somos é a análise histórica dos limites que nos são colocadas e a experiência da sua transgressão possível. Vida que procura promover e dar forma à impaciência da liberdade, segundo o princípio da autonomia.

Palavras-chave: Genealogia. Poder. Crítica. Liberdade. Michel Foucault.

Biografía del autor/a

Kelin Valeirão, Universidade Federal de Pelotas

Licenciatura em Filosofia (2005), Especialização em Filosofia Moral e Política (2007), Mestrado em Educação (2009) e Doutorado em Educação (2014) com estágio de doutoramento no Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa/ Portugal sob a coorientação do prof. Dr. Nuno Nabais. Recentemente realizou um estágio de pós-doutoramento (2017) no Centro de Filosofia das Ciências da Universidade de Lisboa/ Portugal sob a coorientação da profª. Drª. Olga Pombo. Atualmente é professora do Departamento de Filosofia, da Universidade Federal de Pelotas/UFPel.

Belkis Souza Bandeira, Universidade Federal de Santa Maria

Graduada em filosofia e psicologia (UCPEL), especialista em filosofia moral e política (UFPEL, mestrado em educação (UFPEL) e doutorado em educação (UFPEL), com estágio de doutorameto em Leipzig na Alemanha sob orientação do Professor Doutor Christoph Türcke. Estágio de pós doutoramento na Universidade Federal de Santa Catarina. Professora adjunta da Universidade Federal de Santa Maria.

Júlia Bandeira Schmidt, Universidade Federal do Rio Grande

Graduada em direito pela Universidade Federal de Rio Grande, Especializanda em direito e processo penal pela Academia brasileira de direito constitucional - Absconst. Curitiba-PR e membro do Grupo de Estudos Foucault (GEF).

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Publicado

2021-10-19

Cómo citar

Valeirão, K., Bandeira, B. S., & Schmidt, J. B. (2021). A genealogia como expansão da crítica no pensamento de Michel Foucault. CONJECTURA: Filosofia E educação, 26, e021030. https://doi.org/10.18226/21784612.v26.e021030

Número

Sección

Artigos