Religião, Ética e Psicanálise: um diálogo possível? // DOI: 10.18226/21784612.v23.especial.8
Resumen
Resumo: Constatando, na atualidade, uma espécie de vazio ético, e, tendo presente que a religião deixou de ser fonte articuladora e aglutinadora de sentido, a partir das críticas descerradas por Freud à religião, e, também, a evidência do declínio da representatividade da lei paterna e de autoridade, este artigo tem o objetivo de apresentar, por um lado, uma possível conexão entre vazio ético e existencial com o campo religioso nos dias atuais, podendo, por exemplo, o trânsito religioso ser visto como um comportamento sintomático e revelador do fenômeno religioso como mais uma ideia ou produto de consumo no vasto campo das culturas consumistas. Por outro lado, sustenta-se a tese de que, não obstante terem sido apresentadas e defendidas tantas teses acerca da superação e negação da religião, constata-se na atualidade uma espécie de retorno ao sagrado. Este, por sua vez, não se dá mais nos moldes da religião tradicionalmente herdada, mas, antes, a partir de um caráter ambivalente e paradoxal, que contrasta tanto com as antigas, como também com as novas formas de “ser religioso”, acabando por converter-se tal modo de ser em um risco iminente de tornar a religião um recurso de busca ao enfrentamento das neuroses e angústias da contemporaneidade mais do que o exercício de uma religiosidade esclarecida e como uma das formas capaz de articular e aglutinar a busca transcendental de sentido à existência.
Palavras-chave: Fenômeno Religioso. Trânsito Religioso. Ética. Psicanálise. Função Paterna.Descargas
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