Subjetivações em meio à vida universitária e sua interface com o aprender inventivo // DOI: 10.18226/21784612.v21.n3.05

Autores/as

  • Carla Gonçalves Rodrigues Universidade Federal de Pelotas
  • Lisandra Berni Osório Universidade Federal de Pelotas

Resumen

Nosso objetivo é problematizar os modos de subjetivações em interface com o aprender que se circunscreve em meio à vida no ambiente universitário. Para além de critérios avaliativos e paradigmas psicológicos, buscamos a temática do aprender sob o viés das Filosofias da Diferença, perpassando pelo escopo da inventividade (KASTRUP, 2007). Nessa direção, encontramos, em Deleuze (2000; 2010), a ideia de que o pensamento produz uma diferença quando é coagido pelo encontro com os signos que o forçam, desdobrando, daí, algo que lhe confira novo sentido. Partimos de um contexto educacional que se encontra em constante mudança diante do aumento demográfico e sociocultural, face às novas formas de ingresso no ensino superior, nos últimos anos, e no qual se constatou um crescente não aproveitamento acadêmico de estudantes bolsistas da Assistência Estudantil da Universidade Federal de Pelotas. Isso impulsionou a realização de análise documental (LUDKE; ANDRÉ, 1986) com 557 alunos que não atingiram a média de 70% em 2013/1.  Os dados quantitativos foram obtidos através dos softwares EPI INFO e SPSS, e, utilizamos os testes estatísticos ANOVA e Teste-t para analisar as variáveis em exposição, associando-as ao aproveitamento acadêmico. Articulamos a essa análise com o método cartográfico, o qual visa acompanhar os processos subjetivos (PASSOS; KASTRUP; ESCÓSSIA, 2014). Distanciando-nos de aspectos representacionais e identitários, os resultados indicaram que o baixo aproveitamento acadêmico relaciona-se menos com dificuldades cognitivas e mais com contingências do contexto acadêmico, sofrimento psíquico e heterogeneidades, em que as subjetividades (GUATTARI, 2012) emergem como territórios existenciais em condições de provisoriedade. Diante das distintas geografias, variados modos de composição familiar, diferentes tipos de moradia, diversos vínculos com os cursos de graduação e com a Universidade, as singularidades estudantis ganham expressões que são transversalizadas pelos modos de ser e estar jovem, que permeiam o aprender em meio à vida. Dessa forma, os achados desta investigação reverbera a oportunidade de pensar novas práticas no campo da Educação.

Palavras-chave: Aprender inventivo. Subjetivação. Cartografia. Educação.

Biografía del autor/a

Carla Gonçalves Rodrigues, Universidade Federal de Pelotas

Formada em Psicologia pela UCPel (2013). Realizou Estágio de pós-doutorado em Educação na Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2012). Concluiu Doutorado em Educação pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (2006), mestrado em Educação pela Universidade Federal de Pelotas (1999). Possui graduação em Engenharia Civil pela Universidade Católica de Pelotas (1985), especialização em Matemática pela Universidade Federal de Pelotas (1987), graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Católica de Pelotas (1997), especialização em Educação Matemática pela Universidade Católica de Pelotas (1998). Atualmente é professora associada na Universidade Federal de Pelotas, atuando no PPGE linha 1: Filosofia e História da Educação. É líder no CNPQ do Grupo de Pesquisa Educação e Contemporaneidade: experimentações com arte e filosofia pela UFPel, coordenadora do Núcleo UFPel do Projeto Escrileituras: um modo de ler-escrever em meio à vida. Tem experiência na área de Educação, com ênfase no Currículo e na Formação de Professores, adotando a perspectiva das Filosofias da diferença.

 

Lisandra Berni Osório, Universidade Federal de Pelotas

Mestrado em Educação pelo PPGE/UFPel. Psicóloga do quadro técnico-administrativo da UFPel.

Publicado

2016-09-06

Cómo citar

Rodrigues, C. G., & Osório, L. B. (2016). Subjetivações em meio à vida universitária e sua interface com o aprender inventivo // DOI: 10.18226/21784612.v21.n3.05. CONJECTURA: Filosofia E educação, 21(3), 538–560. Recuperado a partir de https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/4200

Número

Sección

Artigos