AS CRÍTICAS HEIDEGGERIANAS À CATEGORIZAÇÃO DO SER NA VORHANDENHEIT GREGA E NO RACIONALISMO CARTESIANO: POSSÍVEIS RELAÇÕES COM A EDUCAÇÃO

Autores/as

  • Celso Kraemer Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB
  • Fabio Richard Oechsler Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB
  • Carolaine Tormena

Palabras clave:

Sentido do ser, metafísica tradicional, vorhandenheit, racionalismo cartesiano, ontologia da educação.

Resumen

Esta pesquisa analisa as motivações de Heidegger para colocar em questão o sentido do ser,conforme seu projeto em Ser e Tempo, publicado em 1927, no qual analisa a metafísica tradicional e chega à conclusão de que a história da filosofia se deteve a refletir apenas sobre os entes, esquecendo-se do ser. No §6 de Ser e Tempo, Heidegger assume como tarefa a destruição da história da ontologia. Por isto, tece profundas críticas à categorização do ser na Vorhandenheit grega – em Platão e Aristóteles – e desarticula o racionalismo de René Descartes. Para os gregos, o ser consistia em uma essência previamente estabelecida, e caracterizava-se pela universalidade, infinitude e imutabilidade. Em Descartes, com a elaboração da res cogitans e res extensa, assujeitou-se o Dasein e a dualidade entre sujeito e objeto foi fortificada. Heidegger, por seu turno, objetivou o desenvolvimento de uma filosofia que desarticulasse a metafísica proposta pela tradição (incluindo-se a corrente racionalista), e aludiu que o Dasein, isto é, o ente humano, pelo seu caráter ontológico, não possui essência prévia – é um ente existencial – e não é um sujeito dual – pois é um ser-no-mundo. Logo, não há, na natureza humana, elementos que caracterizam o ser do ente humano antes da sua existência propriamente dita, porque é apenas na existência e nos horizontes de temporalidade que o Dasein se constitui e se percebe como ente aberto às possibilidades mundanas. A filosofia heideggeriana, neste sentido, pode ser relacionada com a educação, já que os diferentes saberes são construídos coletivamente, na relação ser-com (mitsein). Partindo da ontologia de Heidegger, a educação é uma ferramenta que possibilita o direcionamento do ser do estudante à autenticidade existencial.

Biografía del autor/a

Celso Kraemer, Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB

Possui graduação em Filosofia, com Habilitação em Filosofia, Sociologia e História, pela Fundação Educacional de Brusque (1990), mestrado em Educação pela Fundação Universidade Regional de Blumenau (2003) e doutorado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (2008). Professor de filosofia na Faculdade São Luiz desde 2002 e professor titular da Universidade Regional de Blumenau desde 1991, instituição na qual atua junto ao Programa de Pós-Graduação em Educação, atuando nas disciplinas de Filosofia da Educação, Epistemologia da Educação, Leituras Seminais, Estética e Educação, Seminários de Dissertação/Tese, Oficina do Pensamento, bem como com orientação de Dissertação/Tese e do Departamento de Ciências Sociais e Filosofia, nas disciplinas de Filosofia, Filosofia da Educação, Estética, Ética, Lógica e Epistemologia. Tem experiência na área de Filosofia, com ênfase em Filosofia contemporânea, atuando principalmente nos seguintes temas: educação, capacitação docente, ética e política, e história da filosofia. Experiência em Coordenar o PIBID Interdisciplinar em Direitos Humanos. Coordenador do Comitê Gestor do Pacto Universitário dos Direitos Humanos na FURB. Líder do Vozes Livres: Núcleo de Estudos da Diversidade de Gênero e Sexualidade - FURB e Líder do Grupo de Pesquisa Saberes de Si, vinculado ao PPGE/FURB. Pesquisa a temática da filosofia contemporânea, da sociedade, da educação de gênero e sexualidade.

Fabio Richard Oechsler, Fundação Universidade Regional de Blumenau - FURB

Advogado; professor universitário de Direito Constitucional e Empresarial (Uniasselvi); pesquisador sobre a ontologia da educação (Furb); graduado em Direito pelo Centro Universitário Dante (UniDante); pós-graduado (lato sensu) em Metodologia do Ensino de Filosofia e Sociologia pela Faculdade Educamais; pós-graduado (lato sensu) em Direito e Processo do Trabalho pelo Centro Universitário União das Américas (UniAmérica); pós-graduado (lato sensu) em Direito Constitucional Administrativo pelo Centro Universitário União das Américas (UniAmérica); pós-graduado (lato sensu) em Direito Civil e do Consumidor pelo Centro Universitário União das Américas (UniAmérica); Mestrando em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da Fundação Universidade Regional de Blumenau (Furb); participante do grupo de pesquisa Saberes de Si, do Programa de Pós-Graduação em Educação da Fundação Universidade Regional de Blumenau (Departamento de Ciências Sociais e Filosofia da Furb), que promove diálogos e discussões sobre educação, escola, cultura, poder, alteridade e diversidade a partir de conceitos e teorias que possibilitam uma abordagem problematizadora das certezas e verdades acerca dessas práticas. Tem interesse por Filosofia, Filosofia do Direito, Filosofia da Educação, Hermenêutica (filosófica e jurídica), Existencialismo, Ontologia (com foco na filosofia ontológica de Martin Heidegger) e Ontologia da Educação.

Carolaine Tormena

Graduada em Educação Física (Bacharelado) pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (2021). Graduada em Educação Física (Licenciatura) pelo Centro Universitário de Brusque (2019). Especialista em Educação Física Escolar pela Faculdade Única de Itapinga. Mestranda em Educação pela FURB e participante do grupo de pesquisa EDUCOGITANS. Tem experiência na área de Educação Física, com ênfase na área de Educação Física Escolar e nas modalidades esportivas Futebol e Futsal.

Citas

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Publicado

2023-11-14

Cómo citar

Kraemer, C., Oechsler, F. R., & Tormena, C. (2023). AS CRÍTICAS HEIDEGGERIANAS À CATEGORIZAÇÃO DO SER NA VORHANDENHEIT GREGA E NO RACIONALISMO CARTESIANO: POSSÍVEIS RELAÇÕES COM A EDUCAÇÃO. CONJECTURA: Filosofia E educação, 28, e023013. Recuperado a partir de https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/11069

Número

Sección

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