Voluntariado e humanização com palhaços: por quê? Para quê? Intervenções em crianças hospitalizadas // DOI: 10.18226/21784612.v24.e019028
Abstract
O artigo origina-se de uma investigação sobre uma prática social vivenciada por adultos voluntários que atuaram como palhaços e personagens em intervenções realizadas em um hospital no município de São Carlos/SP. O objetivo foi identificar e refletir nos recursos circenses e na atividade voluntária, indicadores para uma relação dialógica entre os participantes (crianças, funcionários, acompanhantes e voluntários) e analisar a finalidade com que a ludicidade é proposta durante a internação de crianças para tratamento de saúde. As atividades, a estrutura e a forma de organização do GAG - Grupo Amor em Gotas (São Carlos –SP) constituíram o contexto de estudo, para a análise e reflexão sobre a função do voluntariado e as intervenções com palhaço, visando o processo de humanização no ambiente hospitalar. O estudo apresenta a inter-relação entre a cultura circense, as condições de internação hospitalar e as possibilidades de ressignificação do adoecimento. Sustentada em aporte teórico da educação, em destaque Paulo Freire, a investigação teve o estudo de caso como metodologia científica da pesquisa qualitativa realizada com registro em diários de campo. Dentre os resultados, destaca-se que a presença de grupos de palhaços e personagens em ambiente hospitalar além de representarem uma estratégia de enfrentamento da dor e sofrimento causados pelo adoecimento, promovem a interação com as crianças em seu próprio modo de agir no mundo: pelo brincar.
Palavras chave: Humanização. Voluntariado. Palhaços. Crianças hospitalizadas. Ludicidade.
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