A educação entre muros e a transmissão do saber interdisciplinar // DOI: 10.18226/21784612.v23.n3.8
Abstract
O objetivo deste artigo é analisar o processo formativo em interface à perspectiva interdisciplinar no campo educacional. Para tanto, parte-se da análise do “paradigma do muro”, como um problema que se evidencia enquanto representação emblemática do projeto da sociedade, pautada na interdição ou na exclusão do outro. No campo da ciência, existem outros muros que se erguem como barreiras que nos impedem de pensar o conhecimento para além da ciência disciplinar. Para analisar a educação entre muros e a transmissão do saber interdisciplinar, a metodologia utilizada encontra-se no âmbito da filosofia da educação, no sentido de compreender a apropriação crítica do conceito do muro como um projeto arquitetônico de interdição ou exclusão do sujeito na vida em coletividade, ou na recusa do pensamento em interface com as diversas áreas do conhecimento. Em nossa percepção, a proposição da crítica radical seria o questionamento da própria construção do muro como um lugar que prende o sujeito no campo da realização da liberdade. Seria esse questionamento como proposição de crítica da crítica enquanto condição de proporcionar todo o movimento do pensamento que se apresenta nas interfaces entre a educação e os processos formativos numa apropriação crítica do fazer, o trabalho como expressão de si e a saúde do irreversível processo de degeneração de si, pois, se for somente para buscar a luz no final do túnel, a modernidade já faz isso e apresenta todo seu excesso em diversas respostas competentes de manter “a gente feliz”. Temos a esperança de que a impertinência da crítica da crítica, no campo da interdisciplinaridade, torna possível a heurística do processo formativo para consolidação de projeto de sociedade da educação sem muros na transmissão do conhecimento. A partir dos estudos abordados, concluiu-se que existem outros muros difusos, que também impedem a passagem física e social do sujeito para diversos espaços na vida em sociedade. No caso específico no campo do conhecimento, o muro que impede a passagem para o meio intelectual se apresenta em toda uma semiótica que nos conduz ao pensamento reificado do senso comum e, principalmente, à manutenção da hegemonia da apropriação de determinada representação de mundo, que se pauta numa hierarquia entres aqueles que mandam e os outros que obedecem.
Palavras-chaves: Interdisciplinaridade. Formação escolar. Competência técnica. Ensino de ciências.
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