Axel Honneth e a virada afetiva na teoria crítica // DOI: 10.18226/21784612.v22.n.especial.09

Authors

  • Filipe Campello

Abstract

Ao longo das últimas duas décadas, a amplamente repercutida proposta teórica desenvolvida por Axel Honneth sugere um modelo de racionalidade que, contudo, permanece em larga medida ainda implícito. No presente artigo, proponho que a abordagem de Honneth sugere o que podemos entender como uma virada afetiva na teoria crítica. Para tanto, desdobro minha exposição em quatro passos. Primeiramente, apresento como a categoria do reconhecimento, a partir do sentido adotado por Honneth de uma “transcendência-imanência” da teoria social, mostra-se como uma crítica aos padrões de racionalidade (1). Isto é, como este sentido constitui-se a partir dos limites de articulação comunicativas do sofrimento, em um particular entrecruzamento entre padrões de racionalidade e patologias sociais. Em um segundo passo, discuto como uma abordagem do vínculo entre afetos e teoria social é desdobrado em Luta por Reconhecimento (2), e, em seguida, como ela se distingue do sentido de conteúdos afetivos das práxis sociais em O Direito da liberdade (3). Se, em Luta por reconhecimento, uma concepção de afetos parece ser mais clara a partir do vínculo desenvolvido entre teoria social e teoria da subjetividade, procurarei mostrar que em O direito da liberdade esse conteúdo afetivo se apresenta de uma maneira mais plausível no âmbito de uma teoria das instituições, dissociada de fortes premissas antropológicas. Concluo mencionando de forma ainda programática como o potencial de crítica e conflito, presente nas intuições originais de Honneth, poderia se manter na análise do conteúdo afetivo da práxis social (4).

Palavras-chave: Reconhecimento. Afetos. Instituições. Teoria crítica. Axel
Honneth.

Published

2017-09-15

How to Cite

Campello, F. (2017). Axel Honneth e a virada afetiva na teoria crítica // DOI: 10.18226/21784612.v22.n.especial.09. Conjectura: Filosofia E educação, 22, 104–126. Retrieved from https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/4856