A microfísica reativa procrustiana, corpos transexuais e o trans-dialogismo educacional

Autores

  • Filipe Lima Silva UFRPE/UFRGS
  • Claudia Glavam Duarte Universidade Federal do Rio Grande do Sul

DOI:

https://doi.org/10.18226/21784612.v27.e022011

Resumo

A Proposta de uma Cartografia dos Descostumes envolve o mapear de deslocamentos de pensamento atinentes ao itinerário ético da educação em processo de violência e conflito direto com o cis-tema, uma vez que aborda as potências queer atravessadas por forças e devires, processos e movimentos, encontrados nas fendas da realidade. A palavra “diálogo” importa na união do prefixo grego “dia” que significa “através”, num sentido de ponte, travessia. O sufixo grego “logos” é etimologicamente significado como palavra ou relação. O transdialogismo reclama para si uma potência que fricciona o repertório de representações de verdades impostas e as experiências sensíveis que produzem efeitos em nosso corpo ultrapasassando os domínios e configurações do cis-tema e propõe uma nova geopolítica de gênero e sexualidade, sem identidades e padrões. A partir de tal pista, dois movimentos se mostram essenciais: 1) mapear as dissocializações e o controle dos corpos nas construções discursivas e normativas da maquinaria escolar; 2) Desedificar discursos educacionais que transitam no universo da representação (significado, significante e significação) na qual se baseia atualmente a pedagogia. Desdobra-se o acontecimento educação em processos, agenciamentos e dispositivos educacionais sem partirmos de objetivos pré-estabelecidos, mas considerando as pistas e movimentos das fendas sociais e encontrando potencias em realidades e cotidianos invisibilizados, mas, ainda assim, violentados e silenciados, partindo de um desejo do pesquisador de compreender esse trans-corpus através de um olhar diverso, diferente, que redimensione o habitual. Por fim, o artigo cartográfico produziu um mapa cortado por linhas de intensidade que partiram do conceito de biopoder em direção ao de necropolítica como condicionantes da maquinaria escolar em seu entrelace junto ao cis-tema Capitalístico, mas que é afrontada pelo inabitual e pelo estranho que delineia as potências queer.

 

Biografia do Autor

Filipe Lima Silva, UFRPE/UFRGS

Professor da Universidade Federal Rural de Pernambuco do Departamento de Educação. Doutorando em Educação e Ciência pela UFRGS. Atua nas áreas de novas subjetividades, novas ruralidades, relações étnico-raciais, gênero e sexualidade. 

Claudia Glavam Duarte, Universidade Federal do Rio Grande do Sul

Possui graduação em Licenciatura Plena em Ciências e Matemática - 1º g pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (1990), Mestrado em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2003) e doutorado em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2009). Atualmente é professora do curso de licenciatura em Educação do Campo da Universidade Federal do Rio Grande do Sul- Campus Litoral Norte e do Programa de Pós-Graduação em Educação em Ciências: Química da vida e saúde - UFRGS. Atua na linha de pesquisa Educação Científica: Implicações das práticas científicas na constituição dos sujeitos, vinculada ao campo da Educação Matemática e Educação do campo nas suas vertentes pós-estruturalistas, tendo como ferramentas as teorizações de Michel Foucault, Gilles Deleuze, Ludwig Wittgenstein. É colaboradora do Programa de Pós-Graduação em Educação Científica e Tecnológica da UFSC.Tem experiência na área de Educação atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Matemática; Diversidade, Educação do Campo, saberes populares e conhecimento científico,Etnomatemática e currículo . Coordena o Grupo de Estudos em Educação Matemática e Contemporaneidade (GEEMCo). 

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Publicado

2022-11-25

Como Citar

Silva, F. L., & Duarte, C. G. (2022). A microfísica reativa procrustiana, corpos transexuais e o trans-dialogismo educacional. CONJECTURA: Filosofia E educação, 27, e022011. https://doi.org/10.18226/21784612.v27.e022011

Edição

Seção

Artigos