Voluntariado e humanização com palhaços: por quê? Para quê? Intervenções em crianças hospitalizadas // DOI: 10.18226/21784612.v24.e019028

Autores

  • Aline Sommerhalder Universidade Federal de São Carlos, campus de São Carlos/SP. Docente pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação/PPGE e do Docente Adjunto IV do Dep. de Teorias e Práticas Pedagógicas/CECH. Coordenadora do CFEI- Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância/CNPq. Doutora em Educação Escolar e Pedagoga. http://orcid.org/0000-0002-6024-0853
  • Ana Maria Lino Universidade Federal de São Carlos, campus de São Carlos/SP. Mestranda em Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação/PPGE e Pedagoga. Professora aposentada da rede municipal de ensino de Cubatão/SP. Membro pesquisadora do CFEI - Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância/CNPq. http://orcid.org/0000-0001-8045-1271
  • Maria Elisa Nicolielo Universidade Federal de São Carlos, campus de São Carlos/SP. Doutoranda em Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação/PPGE; Mestre em Educação e Pedagoga.Membro pesquisadora do CFEI - Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância/CNPq. http://orcid.org/0000-0001-9928-9630

Resumo

O artigo origina-se de uma investigação sobre uma prática social vivenciada por adultos voluntários que atuaram como palhaços e personagens em intervenções realizadas em um hospital no município de São Carlos/SP. O objetivo foi identificar e refletir nos recursos circenses e na atividade voluntária, indicadores para uma relação dialógica entre os participantes (crianças, funcionários, acompanhantes e voluntários) e analisar a finalidade com que a ludicidade é proposta durante a internação de crianças para tratamento de saúde. As atividades, a estrutura e a forma de organização do GAG - Grupo Amor em Gotas (São Carlos –SP) constituíram o contexto de estudo, para a análise e reflexão sobre a função do voluntariado e as intervenções com palhaço, visando o processo de humanização no ambiente hospitalar. O estudo apresenta a inter-relação entre a cultura circense, as condições de internação hospitalar e as possibilidades de ressignificação do adoecimento.  Sustentada em aporte teórico da educação, em destaque Paulo Freire, a investigação teve o estudo de caso como metodologia científica da pesquisa qualitativa realizada com registro em diários de campo. Dentre os resultados, destaca-se que a presença de grupos de palhaços e personagens em ambiente hospitalar além de representarem uma estratégia de enfrentamento da dor e sofrimento causados pelo adoecimento, promovem a interação com as crianças em seu próprio modo de agir no mundo: pelo brincar.

Palavras chave: Humanização. Voluntariado. Palhaços. Crianças hospitalizadas. Ludicidade.



 

Biografia do Autor

Aline Sommerhalder, Universidade Federal de São Carlos, campus de São Carlos/SP. Docente pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação/PPGE e do Docente Adjunto IV do Dep. de Teorias e Práticas Pedagógicas/CECH. Coordenadora do CFEI- Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância/CNPq. Doutora em Educação Escolar e Pedagoga.

Universidade Federal de São Carlos, campus de São Carlos/SP. Docente pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Educação/PPGE e do Docente Adjunto IV do Dep. de Teorias e Práticas Pedagógicas/CECH. Coordenadora do CFEI- Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância/CNPq. Doutora em Educação Escolar e Pedagoga.

Ana Maria Lino, Universidade Federal de São Carlos, campus de São Carlos/SP. Mestranda em Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação/PPGE e Pedagoga. Professora aposentada da rede municipal de ensino de Cubatão/SP. Membro pesquisadora do CFEI - Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância/CNPq.

Universidade Federal de São Carlos, campus de São Carlos/SP. Mestranda em Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação/PPGE e Pedagoga. Professora aposentada da rede municipal de ensino de Cubatão/SP. Membro pesquisadora do CFEI - Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância/CNPq.

Maria Elisa Nicolielo, Universidade Federal de São Carlos, campus de São Carlos/SP. Doutoranda em Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação/PPGE; Mestre em Educação e Pedagoga.Membro pesquisadora do CFEI - Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância/CNPq.

Universidade Federal de São Carlos, campus de São Carlos/SP. Doutoranda em Educação, pelo Programa de Pós-Graduação em Educação/PPGE; Mestre em Educação e Pedagoga.Membro pesquisadora do CFEI - Centro de Pesquisa da Criança e de Formação de Educadores da Infância/CNPq.

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Publicado

2019-12-19

Como Citar

Sommerhalder, A., Lino, A. M., & Nicolielo, M. E. (2019). Voluntariado e humanização com palhaços: por quê? Para quê? Intervenções em crianças hospitalizadas // DOI: 10.18226/21784612.v24.e019028. CONJECTURA: Filosofia E educação, 24, e019028. Recuperado de https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/6756

Edição

Seção

Artigos