A inserção dos Programas de Pós-Graduação em Teologia no sistema Capes: consequências para o campo // DOI: 10.18226/21784612.v23.especial.6
Resumo
Neste artigo discute-se as induções e tensionamentos gerados pelo Sistema de avaliação e fomento da CAPES nos processos de produção do conhecimento dos Programas de Pós-graduação em Teologia (PPGT). Problematiza-se a influência dos critérios de avaliação da CAPES na produção/veiculação do conhecimento no campo epistemológico da Teologia, tendo como aporte teórico o conceito de “campo” de Bourdieu. Constata-se que o campo de conhecimento teológico - que na sua origem e essência trata da fé e do mundo transcendente - gradativamente assume um lugar no campo científico, na busca do reconhecimento/credenciamento e do protagonismo no ranking dos Programas de Pós-graduação com notas máximas na avaliação da CAPES. Para a análise, realizou-se pesquisa junto aos seis PPGT do país existentes em 2011 e um estudo de caso múltiplo em três desses Programas com conceitos iguais ou superiores a cinco e com cursos de mestrado e doutorado reconhecidos pelas suas igrejas – católica ou protestante –, em período anterior à inserção na CAPES. A coleta de dados teve como base os seguintes documentos: fichas de avaliação dos Programas emitidas pela Capes, proposta dos PPGT em análise, produção docente e discente veiculada nos currículos lattes, análise das publicações nas revistas científicas dos Programas pesquisados, além de entrevistas com 22 professores dos PPGTs, que analisam os ganhos, perdas e embates decorrentes desse processo de reconhecimento. Os resultados da pesquisa apontam que a inserção no Sistema de avaliação e fomento exigiu dos Programas mudanças, estruturais e epistemológicas, tais como: alterações nas linhas de pesquisa, nas temáticas das teses e dissertações, bem como transformações nos tempos e meios de veiculação da produção docente.
Palavras-chave: Programas de Pós-Graduação em Teologia. Campo de
conhecimento. Capes. Avaliação stricto sensu.
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