ÉTICA E VANGUARDA ARTÍSTICA EM LUKÁCS: BREVES CONSIDERAÇÕES A PARTIR DA GRANDE ESTÉTICA

Autores

Palavras-chave:

Ética, Estética, Vanguarda artística, Lukács, Grande Estética.

Resumo

O artigo é assumidamente de caráter teórico e bibliográfico. Ele pretende sintetizar a problemática existente na relação entre ética e estética e suas consequências para as produções consideradas como de vanguarda artística. A redação toma como base o livro a Grande Estética, do autor nascido na cidade de Budapeste, Georg Lukács. Com suporte na leitura atenta dos capítulos 15 e 16 dessa obra, a redação desenvolve-se de modo a abrir o debate entre, de um lado, a reflexão lógica e, de outro, a estética. Metodologicamente, a exposição se apoia em alguns intérpretes do autor húngaro, como por exemplo Miguel Vedda e Nicolas Tertulian. Sobre tal base metodológica, o texto avança para aproximar e distanciar a ética da estética. Com essas considerações em claro, o artigo considera que a chamada arte de vanguarda, por sua opção niilista e vazia de conteúdo humano pedestre, distancia-se da ética imanente do terreno cismundano. A presente redação, embora condense um todo orgânico, para facilitar a leitura, organiza-se do seguinte modo: Introdução, que apresenta as intenções a serem desenvolvidas; em seguida temos a seção Notas acerca da ética na Grande Estética de Lukács; e, logo depois, A ética do divertimento melancólico: anotações sobre vanguarda artística, que são responsáveis pelo desenvolvimento e aprofundamento da temática. Já as Considerações finais procuram trazer os apontamentos que merecem ser destacados. Ou seja, em consequência de uma dissociação entre a ética imanente cismundana e a reflexões estéticas, as produções encaixadas na chamada vanguarda artística são obstaculizadas de refletir o autêntico drama humano. No entanto, apesar da hostilidade capitalista e do descontentamento decadente, conformista e melancólico da maior parte da produção considerada de vanguarda, a arte ainda cria, contraditoriamente, obras alinhadas com os autênticos anseios humanos.

Biografia do Autor

José Deribaldo Gomes dos Santos, Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central da Universidade Estadual do Ceará (FECLESC/UECE)

Pedagogo pela Universidade Vale do Acaraú (UEVA). Mestre em Políticas Públicas e Sociedade pela Universidade Estadual do Ceará (UECE). Doutor em Educação Brasileira pela Universidade Federal do Ceará (UFC). Estágio pós-doutoral em Estética, realizado na Univesidad Complutense de Marid (UCM). Professor da Faculdade de Educação, Ciências e Letras do Sertão Central (FECLESC/UECE); docente do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE/UECE) e do Mestrado Acadêmico Intercampi em Educação e Ensino (MAIE/UECE). Coordenador do grupo de pesquisa Trabalho, Educação, Estética e Sociedade (GPTREES/CNPq) e do Laboratório de Pesquisa sobre Política Social do Sertão Central. Pesquisador do grupo de Pesquisa Interinstitucional Emancipa e de produtividade CNPq nível 2.  

ORCID: https://orcid.org/0000-0001-7915-0885

http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.do?metodo=apresentar&id=K4751659D6

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Publicado

2024-11-14

Como Citar

Gomes dos Santos, J. D. (2024). ÉTICA E VANGUARDA ARTÍSTICA EM LUKÁCS: BREVES CONSIDERAÇÕES A PARTIR DA GRANDE ESTÉTICA. CONJECTURA: Filosofia E educação, 29(1), e024003. Recuperado de https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/11248

Edição

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Artigos