O TRABALHO COLABORATIVO NA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL

Autores

  • Maria Lidia Szymanski PPGE - UNIOESTE
  • Jane Peruzo Iacono PPGE-UNIOESTE
  • ANDRISE TEIXEIRA PPGE-UNIOESTE

DOI:

https://doi.org/10.18226/21784612.v28.e023037

Palavras-chave:

Psicologia Histórico-Cultural. Trabalho Colaborativo. Deficiência/necessidades educativas especiais. Educação Especial.

Resumo

Na perspectiva da Psicologia Histórico-Cultural, o trabalho, exigência para que o homem sobreviva, lhe possibilita desenvolver-se, apropriar-se da cultura humana histórica e coletivamente elaborada, para atender às demandas que suas tarefas lhe impõem. Em um processo coletivo, por meio de sua inserção nas relações produtivas, ao aprender o que lhe é necessário para executar suas atividades, o homem se humaniza, e vai criando o que necessita e pode, para atender suas necessidades, o que permite afirmá-lo enquanto produto e produtor da cultura, da ciência e da tecnologia. E essa é a função básica da escola, preparar o aluno para, na medida em que se humaniza, assumir um lugar, uma posição reconhecida socialmente. Nesse processo, o Trabalho Colaborativo/Ombreado entre os professores da Educação Especial, do ensino comum e da equipe pedagógica escolar, envolvendo confiança e credibilidade entre os pares, é essencial ao desenvolvimento psicointelectual dos estudantes com deficiência/necessidades educativas especiais. Para melhor caracterizar o Trabalho Colaborativo, apresenta-se o resultado de uma pesquisa efetuada na Biblioteca Digital de Teses e Dissertações na qual se buscou identificar suas características, limites e desafios. A essência do Trabalho Colaborativo entre os professores está numa relação de apoio, na qual todos assumem a responsabilidade no processo de aprendizagem dos conteúdos escolares, o que exige espaço e tempo para sua consecução, além de uma fundamentação teórica que articulada a uma prática pedagógica lhe dê consistência. Se executado dessa forma, o Trabalho Colaborativo/Ombreado caracteriza-se como essencial à inclusão escolar. Conclui-se que, para efetivá-lo, torna-se imperiosa a definição clara e consciente dos objetivos para a escolarização, pois há muita diversidade entre as especificidades da deficiência ou das necessidades educacionais especiais. No entanto, essa forma de atuação articulada encontra diferentes entraves que se constituem em seus limites e desafios exigindo vontade política para minimizá-los, permitindo sua organização adequada. Discutem-se esses desafios e apresenta-se um exemplo no qual, pelo trabalho colaborativo pôde-se estabelecer condições para que uma aluna que, pelo vestibular conquistou uma vaga no curso de Medicina mas adquiriu uma tetraplegia no decorrer do curso, pudesse terminar sua graduação.

Biografia do Autor

Maria Lidia Szymanski, PPGE - UNIOESTE

Possui graduação em Pedagogia Licenciatura Longa pela Universidade de São Paulo (1971), graduação em Psicologia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Tuiuti (1985), graduação em Formação de Psicólogo pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras Tuiuti (1987), Mestrado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP) e Doutorado em Psicologia Escolar e do Desenvolvimento Humano pela Universidade de São Paulo (USP ). Ainda, é Pós-doutora em Psicologia, Desenvolvimento Humano e Educação (UNICAMP). Docente dos Programas de Mestrado e Doutorado em Educação (UNIOESTE) e dos cursos de graduação em Pedagogia, Letras e Matemática (UNIOESTE). Autora do livro: ?Trazendo o céu para a sala de aula?. Organizadora dos livros ?Aprendizagem e Ação Docente?; ?Sentidos e Desafios da Avaliação Educacional?. Coautora do livro: "O ensino e a aprendizagem dos números racionais; superando obstáculos didáticos na perspectiva histórico-crítica". Orientou 124 pesquisas em Programas de Iniciação Científica (PIBIC) e cursos de Especialização e Mestrado. Trabalhou como docente e orientadora do PDE (PR), durante os anos de 2007 a 2017, Programa em que orientou 13 professores da rede pública estadual, em conjunto com os quais publicou 13 artigos científicos, no Dia a Dia Educação. Tem experiência na área de Psicologia, com ênfase em Psicologia do Ensino e da Aprendizagem, atuando principalmente nos seguintes temas: processos de ensino e aprendizagem na perspectiva histórico-cultural, formação de professores, ensino fundamental, dificuldades de aprendizagem, educação especial e inclusão escolar.

Jane Peruzo Iacono, PPGE-UNIOESTE

Possui graduação em Letras Anglo Portuguesas, Mestrado em Educação pela Universidade Estadual de Maringá (2004) e Doutorado em Letras pela Universidade Federal da Bahia (2014). Atualmente é professora Adjunto nível D da Universidade Estadual do Oeste do Paraná e integrante do Programa Institucional de Ações Relativas às Pessoas com Necessidades Especiais - PEE; membro dos Grupos de Pesquisa: Aprendizagem e Ação Docente (GPAAD) e Grupo de estudos e pesquisa em educação básica e ensino superior: pessoa com deficiência/necessidades educacionais especiais (GEPEBES). É autora dos livros Processos Fonológicos: um olhar para a escrita de alunos com deficiência intelectual e Deficiência Intelectual e Terminalidade Específica: novas possibilidades de inclusão ou exclusão velada?. Atualmente participa do Projeto de Pesquisa Aprimoramento de Conhecimentos relacionados a Pessoas com Deficiência/Necessidades Educacionais Especiais no Ensino Superior do GEPEBES cujo objetivo principal é o acompanhamento dos alunos com deficiência/Necessidades Educacionais Especiais nos diferentes cursos de graduação, pós-graduação, cursinho pré-vestibular e outros cursos, especialmente com relação a seu Atendimento Educacional Especializado (AEE).Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial e Educação Inclusiva, atuando principalmente nos seguintes temas: deficiência intelectual, avaliação psicoeducacional na área da deficiência intelectual, pessoas com deficiência, educação inclusiva, atendimento educacional especializado no ensino superior, alfabetização e letramento, linguagem escrita e processos fonológicos.

ANDRISE TEIXEIRA, PPGE-UNIOESTE

Possui Graduação em Pedagogia (2005) e Especialização (lato-sensu), em Docência no Ensino Superior (2009) pela Faculdade Assis Gurgacz - Cascavel -Paraná. Graduação em Matemática (2020) e especialização (lato-sensu) em Educação Especial Inclusiva (2017), pela Universidade Norte do Paraná; Mestra em Educação (2021) - na Linha de Formação de Professores e Processos de Ensino e de Aprendizagem pela Universidade Estadual do Oeste do Paraná. Doutoranda (2022) em Educação (UNIOESTE). Professora da Rede Pública Municipal de Educação, desde 1997, atuando como professora da Educação Infantil e do Ensino Fundamental Anos Iniciais. Exerceu a função de coordenadora pedagógica municipal na Secretaria de Educação Municipal e de coordenadora Pedagógica escolar. Atualmente atua como professora de Sala de Recursos e de Reforço Escolar nos anos iniciais na Rede Municipal e como professora de Educação Especial na Rede Estadual, atuando na Sala de Recursos Multifuncionais como professora desempenhando as funções de ensino e de Avaliação Pedagógica no Contexto Escolar.

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Publicado

2024-05-16

Como Citar

Szymanski, M. L., Iacono, J. P., & TEIXEIRA, A. (2024). O TRABALHO COLABORATIVO NA PERSPECTIVA DA PSICOLOGIA HISTÓRICO-CULTURAL. CONJECTURA: Filosofia E educação, 28, e023037. https://doi.org/10.18226/21784612.v28.e023037

Edição

Seção

PEDAGOGIA RADICAL E INCLUSIVA