O ensino de filosofia na educação básica: possibilidades de resistência

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DOI:

https://doi.org/10.18226/21784612.v27.e022033

Resumo

O presente artigo aborda a situação do ensino da filosofia na conjuntura histórica da educação brasileira. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental propõe-se a investigar as condições que o ensino da filosofia tem de se (a)firmar como condição à promoção do pensamento autônomo no ensino básico, dentro do espaço que lhe é reservado no atual contexto educacional brasileiro, marcado por reformas de cunho neoliberal, voltadas aos interesses do mercado. Partindo da concepção de filosofia como criação de conceitos, compreende-se como sua principal função em sala de aula, entre outras, apresentar-se como um ambiente livre das demandas externas estabelecidas pelos programas oficiais de ensino, no qual os estudantes tenham possibilidades de desenvolver o pensamento autônomo e construir sua subjetividade de forma desprendida. Essa atribuição requer determinados requisitos como a presença da filosofia enquanto disciplina, professores especializados na área e tempo livre e de qualidade o suficiente para o exercício do pensar autônomo, as quais se encontram ausentes, em sua maioria, no modelo de ensino que está sendo implementado. No atual cenário, marcado por reformas guiadas por tendências neoliberais que submetem a educação aos interesses da economia, o espaço da filosofia no ensino básico encontra-se reduzido e ameaçado. Tais mudanças reforçam o dualismo presente na educação brasileira, o qual atribui uma formação geral à classe privilegiada e outra de cunho laboral à trabalhadora, impedindo a implantação de uma formação humana integral para todos(as), na qual a filosofia ocupa papel fundamental. Compreende-se por fim que, apesar do cenário desfavorável, resta à filosofia criar formas de resistência, dentro e fora da escola para poder se (a)firmar.

Biografia do Autor

Ana Sara Castaman, Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul - IFRS - Campus Sertão

Graduada em Psicologia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2003), graduada em Pedagogia pelo Centro Universitário Leonardo da Vinci (2009), mestre em Educação Nas Ciências pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (2006) e doutora em Educação pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (2011). Atualmente atuo como professora no Instituto Federal do Rio Grande do Sul e estou como docente permanente do Programa de Pós-Graduação em Educação Profissional e Tecnológica - ProfEPT. Sou líder do Grupo de Pesquisa Políticas Públicas e Formação de Professores para a Educação Básica e Profissional.

Rodrigo Magarinus, Professor de filosofia, nomeado 20 horas de filosofia da Prefeitura Municipal de Passo Fundo e 20 horas da Escola Estadual de Ensino Médio Raimundo Corrêa.

Graduação em Filosofia pela Universidade de Passo Fundo (2000).
Especialização em Psicopedagogia pela FACVEST (2007).
Mestrando em Programa de Pós-graduação Mestrado Profissional em Educação Profissional e Tecnológica (ProfEPT) pelo IFRS.

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Publicado

2022-11-25

Como Citar

Castaman, A. S., & Magarinus, R. (2022). O ensino de filosofia na educação básica: possibilidades de resistência. CONJECTURA: Filosofia E educação, 27, e022033. https://doi.org/10.18226/21784612.v27.e022033

Edição

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Artigos