O ensino de filosofia na educação básica: possibilidades de resistência
DOI:
https://doi.org/10.18226/21784612.v27.e022033Resumo
O presente artigo aborda a situação do ensino da filosofia na conjuntura histórica da educação brasileira. Por meio de uma pesquisa bibliográfica e documental propõe-se a investigar as condições que o ensino da filosofia tem de se (a)firmar como condição à promoção do pensamento autônomo no ensino básico, dentro do espaço que lhe é reservado no atual contexto educacional brasileiro, marcado por reformas de cunho neoliberal, voltadas aos interesses do mercado. Partindo da concepção de filosofia como criação de conceitos, compreende-se como sua principal função em sala de aula, entre outras, apresentar-se como um ambiente livre das demandas externas estabelecidas pelos programas oficiais de ensino, no qual os estudantes tenham possibilidades de desenvolver o pensamento autônomo e construir sua subjetividade de forma desprendida. Essa atribuição requer determinados requisitos como a presença da filosofia enquanto disciplina, professores especializados na área e tempo livre e de qualidade o suficiente para o exercício do pensar autônomo, as quais se encontram ausentes, em sua maioria, no modelo de ensino que está sendo implementado. No atual cenário, marcado por reformas guiadas por tendências neoliberais que submetem a educação aos interesses da economia, o espaço da filosofia no ensino básico encontra-se reduzido e ameaçado. Tais mudanças reforçam o dualismo presente na educação brasileira, o qual atribui uma formação geral à classe privilegiada e outra de cunho laboral à trabalhadora, impedindo a implantação de uma formação humana integral para todos(as), na qual a filosofia ocupa papel fundamental. Compreende-se por fim que, apesar do cenário desfavorável, resta à filosofia criar formas de resistência, dentro e fora da escola para poder se (a)firmar.
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