Estudo exploratório de pacientes com índices elevados de ferritina (hiperferritinemia) atendidos em serviços de saúde no município de Bento Gonçalves – RS
Palavras-chave:
ferritina sérica, hiperferritinemia, Serra GaúchaResumo
A ferritina sérica é secretada por todas as células. Portanto o exame de sangue para sua determinação é o principal teste para detectar deficiência ou sobrecarga de ferro no organismo, uma vez que o seu valor é proporcional às reservas disponíveis no mesmo. Índices elevados de ferritina geralmente indicam níveis elevados de ferro acumulado, o diagnóstico e o tratamento precoces são essenciais para a melhor qualidade de vida dos afetados. Objetivou-se neste trabalho identificar se a população da microrregião de Bento Gonçalves na serra gaúcha apresenta características de interesse para uma pesquisa genética mais aprofundada a respeito das causas da hiperferritinemia. Pleiteou-se os dados para análise via carta de apresentação da pesquisa, a médicos que costumam investigar os valores de ferritina sérica. Após, fez-se o preenchimento dos dados retrospectivos de acordo com uma tabela padronizada, a qual não continha campo de identificação nominal dos pacientes. Os dados solicitados incluíram: idade do paciente, sexo, ferritina sérica, exames complementares, sintomas suspeitos e diagnóstico. Foi realizada análise descritiva e de frequência na tentativa de caracterizar o perfil dos pacientes que apresentam hiperferritinemia. A partir da avaliação dos resultados, concluiu-se que para uma análise mais completa, os dados de exames complementares, sintomas e diagnósticos retrospectivos precisam ser padronizados no momento da consulta com o paciente. A característica da população de Bento Gonçalves e região ter a predominância de descendentes de imigrantes italianos que preserva muitos dos hábitos alimentares ancestrais, sugere que é relevante um estudo mais aprofundado, uma vez que esta alteração apresenta, geralmente, causas pela interação de vários genes que podem criar a predisposição para doença, mas cuja manifestação efetiva depende de fatores ambientais. Assim identificou-se a relevância da elaboração de um banco de dados que contribua com informações para os profissionais da saúde ou investigações genéticas com foco na ferritina sérica elevada.
Referências
DEVLIN, T. M. (Coord.). Manual de bioquímica com correlações clínicas. Traduzido por: Yara M. Michelacci. São Paulo: Blucher, 2011.
WALLACH, J. B. Interpretação de exames laboratoriais. Traduzido por: Cláudia Lúcia Caetano de Araújo e Patricia Lydie Voeux. 9 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013.
IMPPC – Instituto de medicina preventiva e personalizada do câncer. Barcelona- Espanha. Algoritmos e recomendações para o diagnóstico da hiperferritinemia. Disponível em: <http://highferritin.imppc.org/hiperferritin.php?lang=pt> Acesso em: 28/08/2017.
SCHRIER, S. L.; BACON, B. R. Approach to the patient with suspected iron overload. Official Topic from UpToDate. Atualizado em Fev 2016 e revisado em Mar 2016. Disponível em: www.uptodate.com/store. Acesso em: 03/06/2017.
Grupo Diagnose. Exame: hemocromatose hereditária. Disponível em: <http://www.grupodiagnose.com.br/unidades/genetica/exames/hemocromatose-hereditaria-50 > Acesso em: 28/08/2017.
WATSON, J. D.; BERRY, A. DNA o segredo da vida. MALFERRARI, C. A. (trad.), São Paulo : Companhia das Letras, 2005.
BIASOLI, R. et al. Avaliação da hiperferritinemia numa amostragem de 5306 casos: as médias encontradas foram clinicamente significativas. Rev. Bras. Hematologia e Hemoterapia. v. 34(Supl. 2). p. 89-326. 2012.
BRANCO, M. A. F. Informação e saúde: uma ciência e suas políticas em uma nova era. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz, 2016. 222 p.
MAHAN, L. K.; ESCOTT-STUMP, S.; RAYMOND, J. L.; Krause: alimentos, nutrição e dietoterapia. Tradução de Cláudia Coana... et al. 13ª edição. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012.
SALDANHA, V. Ferritina: intervalos de referência para adultos no estado do Rio Grande do Norte. Dissertação (Mestrado em Ciências Farmacêuticas). Universidade Federal do Rio Grande do Norte, UFRN, Natal, 2009.
MENDES, L. Tratamento da Hiperferritinemia. (Palestra) XV Semana Brasileira do Aparelho Digestivo, Curitiba, 21-25 de novembro de 2015. Apresentação disponível em: <https://issuu.com/lilianamendes6/docs/hiperferritinemia-2> Acesso em 29/11/2017.
JORGE, S. G. Hemocromatose. Campinas: 2011. Disponível em: <http://www.hepcentro.com.br/hemocromatose.htm>. Acesso em: 28/08/2017.
MARTINELLI, A. L. C. Hemocromatose Hereditária: muito além do HFE. Sociedade Brasileira de Hepatologia. São Paulo: Atha Comunicação e Editora. Disponível em: <http://sbhepatologia.org.br/fasciculos/26.pdf>. Acesso em: 28/08/2017.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2021 Revista Interdisciplinar de Ciência Aplicada
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivatives 4.0 International License.
Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a licença Creative Commons Atribuição 4.0 Internacional (CC BY 4.0), que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria do trabalho e publicação inicial nesta revista.