O ensino de Filosofia como potencializador da experiência interdisciplinar na Educação Básica: interfaces entre Hannah Arendt e Matthew Lipman // DOI: 10.18226/21784612.v24.e019004
Resumen
A Lei de Diretrizes e Bases 9.394/96 inseriu a Filosofia nos currículos do Ensino Médio com o indicativo de interdisciplinaridade, permanecendo em aberto questões acerca de como fazer com que a Filosofia potencialize a experiência interdisciplinar. Com o objetivo de correlacionar interdisciplinaridade e Filosofia, o artigo resulta de uma análise hermenêutica que confronta reflexões de Hannah Arendt sobre a crise na educação e a proposta da comunidade de investigação de Lipman. Parte da noção de que em meados do século XX, a educação tradicional foi substituída pela pedagogia progressista e a educação passou a ser pensada como ciência do ensino em geral, a fim de atender à dinâmica do avanço científico e tecnológico. A visão analítica e linear das especialidades não responde satisfatoriamente às demandas atuais de uma ciência complexa, articulada e em rápida transformação. Diante do requisito interdisciplinar da ciência, o específico da Filosofia é a problematização e a sistematização do filosofar; de mediação entre as disciplinas, em virtude da dimensão holística de seus conteúdos, e de vigilância epistemológica como recurso de revisão e atualização dos saberes.
Palavras-chave: Interdisciplinaridade. Filosofia. Ciência. Crise na educação. Comunidade de investigação.
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