Para uma releitura das relações entre teoria e prática em educação: contribuições de Habermas // Toward a re-reading of the relationship between theory and practice in education: contributions of Habermas

Autores/as

  • Amelia Escotto do Amaral Ribeiro Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FEBF)

Resumen

Este artigo tem como objetivo principal identificar no pensamento de Habermas elementos que permitam refletir sobre questões referentes às relações entre teoria e prática presentes no discurso educacional, especialmente as relacionadas à formação de professores. Resulta de inquietações provocadas pelo predomínio de um discurso educacional impregnado pela tendência a privilegiar a prática e, de certo modo, negar a teoria, apoiando-se numa ideia de formação restrita a dimensões puramente instrumentais. O lugar da teoria e da prática nos processos de construção do conhecimento na formação de professores não é consensual nem nos discursos a respeito do tema tampouco na produção acadêmica. É possível identificar algumas tendências nos encaminhamentos das discussões sobre as relações entre teoria e prática no contexto educacional. Uma que, ao mesmo tempo em que reconhece a necessidade da teoria para os processos de formação de professores, entende que a teoria nem sempre se aplica à prática ao afirmar, por exemplo, que a teoria é uma coisa e a prática é outra. Outra defende a supremacia da prática para uma formação mais efetiva; agrupa argumentos como “muita teoria e pouca prática”. A partir das contribuições de Habermas, expressas especialmente em Conhecimento e Interesse e Teoria e Prática, analisam-se as formas de inter-relacionamento entre teoria e prática a partir do papel da autorreflexão enquanto atitude capaz de oferecer condições para a compreensão dos mecanismos que contribuem para a dicotomia não só entre teoria e prática, mas também entre conhecimento e interesse. O diálogo com as contribuições de Habermas convida e, ao mesmo tempo, provoca o campo e o discurso educacional a reverem as formas como pensam e formulam seus projetos de formação. Sobretudo, acerca das condições de essa formação permitir que os sujeitos destinatários participem de forma mais autônoma desse processo e tomem o mundo da vida como ponto de articulação entre conhecimento e interesse, e consequentemente, entre teoria e prática. Nessa perspectiva, o exercício da autorreflexão como metodologia é que permite, de fato, uma visão integradora entre teoria e prática.

Palavras-chave: Teoria e prática. Conhecimento e interesse. Formação. Autorreflexão.

Biografía del autor/a

Amelia Escotto do Amaral Ribeiro, Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FEBF)

AMELIA ESCOTTO DO AMARAL RIBEIRO:  Graduação em Pedagogia pela Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul (1980), Mestrado em Filosofia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1989), Mestrado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1984) e Doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2000). Professora Adjunta da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ/FEBF). Atua nos Cursos de Licenciatura em Pedagogia, de Especialização em Organização Curricular na Educação Básica e no Mestrado em Educação, Comunicação e Cultura das Periferias Urbanas. Coordena o Grupo de Estudo: Letramento Escolar, Cultura e Sociedade. Tem como áreas atuação e interesse:  alfabetização, formação de professores, letramento e gestão escolar. 

Publicado

2014-11-10

Cómo citar

Ribeiro, A. E. do A. (2014). Para uma releitura das relações entre teoria e prática em educação: contribuições de Habermas // Toward a re-reading of the relationship between theory and practice in education: contributions of Habermas. CONJECTURA: Filosofia E educação, 20(1), 119–140. Recuperado a partir de https://sou.ucs.br/etc/revistas/index.php/conjectura/article/view/2682

Número

Sección

Artigos