EDUCAÇÃO TÉCNICA PARA AÇÃO LIBERTADORA: UM DIÁLOGO POSSÍVEL ENTRE ANDREW FEENBERG E PAULO FREIRE
Palabras clave:
Tecnossistema. Educação Técnica. Práxis. Ação Libertadora.Resumen
O construtivismo crítico de Andrew Feenberg é uma perspectiva teórica importante para compreendermos as relações que permeiam a sociedade e as inovações tecnológicas, expressivamente, a dimensão política, os enviesamentos e os interesses inerentes no direcionamento que os grupos dominantes exercem na determinação do “código técnico”. Seu horizonte é o processo de democratização das tecnologias, porém, esbarra em uma lacuna presente em sua proposta teórica. Lacuna esta, assumida pelo autor e, que se expressa em uma não tematização dos mecanismos potenciais para gerar alterações no código técnico. Feenberg retorna ao mundo-da-vida como espaço de onde partem as mobilizações, porém, sem dar o passo para a superação de tal lacuna, ele aposta nas demandas e exigências emanadas das mobilizações sociais, porém, não avança neste âmbito. Assim, a questão, abordada neste artigo, é a tomada de consciência dos indivíduos no interior do tecnossistema, e sua proposta visa um diálogo possível com a pedagogia crítica de Paulo Freire, buscando nesta perspectiva teórica, uma resposta para a questão acima descrita de modo a ampliar o campo de respostas a esta lacuna no construtivismo crítico de Feenberg. Para Freire a educação deve ser uma prática capaz de desmistificar as condições que envolvem e direcionam as visões de mundo, tendo como ponto de partida as relações neste mundo, o que envolve, de modo direto, as tecnologias e seus usos. Buscamos assim, aprofundar, através desse diálogo possível, uma compreensão da educação como conjunto de métodos e técnicas, jamais neutras, capazes de direcionar as condições fundamentais para a formação de indivíduos conscientes capazes de ação libertadora para transformação do tecnossistema.Citas
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