Cultura do estupro: Desengajamento Moral como ferramenta de análise

Autores

DOI:

https://doi.org/10.18226/21784612.v26.e021002

Resumo

Este texto tem por objetivo oferecer uma análise da cultura do estupro a partir do cognitivismo social, especialmente pela abordagem dos mecanismos de desengajamento moral desenvolvidos por Albert Bandura. Através dessa perspectiva, visamos debater de forma crítica as abordagens que explicam a recorrência do estupro pelo prisma evolucionista, como de Steven Pinker. Nossa hipótese, desenvolvida ao longo do texto, é que o estupro é um fenômeno de cunho social, consequente da permissividade legal, linguística e cultural da violência contra mulher em contextos sociais marcados pelo machismo e misoginia. 

Palavras-chave: cognitivismo social; desengajamento moral; estupro; machismo; psicologia evolutiva.


  

Biografia do Autor

Fabricio Pontin, Programa de Pós-Graduação em Educação - Universidade LaSalle - Canoas

Fabrício Pontin, Professor RPA, Universidade LaSalle - Programa de Pós-Graduação em Educação| Escola de Direito e PolíticaAssociate Researcher, , Phenomenology Research Center (SIU/SUNY-Stony Brook)PhD (Philosophy), Southern Illinois University   

Laura Dick Guerim, Estágio de Pós-Doutorado Programa de Pós-Graduação em Memória e Bens Culturais - Universidade LaSalle

Doutora em Clínica Médica pelo Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina da PUCRS. Possui graduação em Ciências Biológicas pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (2010), Especialização em Biologia e Genética Forense - PUCRS (2011) e Mestrado em Neurociências no Programa de Pós-Graduação em Medicina e Ciências da Saúde da Faculdade de Medicina, pela mesma instituição (2015).   

Camila Palhares Barbosa, Camila Palhares Barbosa, Doutoranda do PPG de Filosofia da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul, PUCRS. Bolsista Capes

  

Referências

ABRAMOVIC, M. Walk Through Walls. New York: Crown Archetype, 2016.

BANDURA, A. “Selective activation and disengagement of moral control”. Journal of Social Issues, 46(1), 27-46. 2002.

BANDURA, A., Azzi, R.G. & Tognetta, R.L.P. Desengajamento moral: teoria e pesquisa a partir da Teoria Social Cognitiva. São Paulo: Mercado de Letras, 2015.

BURT, M. “Cultural myths and supports for rape”. Journal of Personality and Social Psychology, 1980, Vol. 38, No 2, 217-230. 1980.

BUSSEY, K. BANDURA, A. “Social Cognitive Theory of Gender Development and Differentiation”. Psychological Review. Vol. 106, No. 4, 676-713, 1999.

DWORKIN, A. Pornography: Men possessing women. New York: Penguin Books. 1981.

KRAKAUER, J. Missoula. São Paulo: Cia das Letras, 2015.

MACKINNON, C. Towards a feminist theory of the state. Harvard University Press. 1997.

MOLL, J., DE OLIVEIRA-SOUZA, R., ESLINGER, P.J., BRAMATI, I.E., MOURÃO-MIRANDA, J., ANDREIUOLO, P.A. & PESSOA, L. “The neural correlates of moral sensitivity: A Functional Magnetic Resonance Imaging of basic and Moral Emotions”. The Journal of Neurosciences, 22(7), 2730-2736. 2002.

NUSSBAUM, M. Women, Culture, and Development: A study of Human Capabilities. Oxford: Oxford University Press. 1995.

PINKER, S. The Blank State. New York: Viking, 2002.

TRANEL, D., DAMASIO, H., DENBURG, N.L. & BECHARA, A. “Does gender play a role in functional asymmetry of ventromedial prefrontal cortex?” Brain, 128, 2872-2881. 2005.

WOOD, E. “Variation in Sexual Violence during War”. Politics and Society, Vol. 34 No. 3, 307-341. September, 2006.

Downloads

Publicado

2021-05-10

Como Citar

Pontin, F., Guerim, L. D., & Barbosa, C. P. (2021). Cultura do estupro: Desengajamento Moral como ferramenta de análise. CONJECTURA: Filosofia E educação, 1, e021002. https://doi.org/10.18226/21784612.v26.e021002

Edição

Seção

Dossiê: ÉTICA E FILOSOFIA POLÍTICA EM PAULO FREIRE.