Educação, estética e metamorfoses pedagógicas

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DOI:

https://doi.org/10.18226/21784612.v25.dossie.9

Resumo

Versamos sobre um projeto de extensão que busca qualificar processos pedagógicos no fazer docente, oportunizando espaços de crescimento, criação, prazer, auto e heteropercepção de contextos físicos, sociais, sensíveis e artísticos, além de redefinir concepções pedagógicas, cognitivas e existenciais. Ao fruir e interagir com processos de arte, essa, na dimensão constitutiva do humano, passa de área de conhecimento a evento configurador de sentidos e, nessa perspectiva, proporciona transformações, reavaliação de escolhas, abertura a novas possibilidades e olhares. O real não se deixa apreender, é inseparável da existência e, ao se aproximar da (des)ordem, dionisíaca, na forma da criação, desnaturaliza o olhar, bagunça referências, predispondo à abertura ao mundo. A (des)ordem, criadora, integra e confere um lugar às coisas, e sua ética garante um princípio vital dinâmico que anima o social, assegurando o retorno de uma ordem nova, atravessada pela metamorfose. O processo, dialógico, tenta garantir a diversidade, a pluralidade, um ressignificar do ensinar/aprender. É desenvolvido por docentes e alunos de uma universidade federal com 75 educandas de 6 a 12 anos em situação de vulnerabilidade social e se estrutura em três momentos interligados: um processo formativo, uma oficina e uma avaliação com expressões variadas dos participantes e memórias dos acontecidos. Como resultado, temos observado uma compreensão alargada da teoria, da prática, da criação, da Arte e uma formação mais qualificada, atravessada pela sensibilidade. A imersão na Arte em seus processos, materiais, ações, eventos, etc. tem permitido transfigurar atos, fatos, realidades, posturas, a partir de dados do sensível e do inteligível, constituindo uma Metamorfose Pedagógica. Essa, autorreferente, proporciona a emergência de um espírito criador, crítico, irreverente, incerto, inconstante, ruidoso e mutante, mantendo aberta a possibilidade de transmutação, de metamorfose, decorrente do contato com a criação. Esse processo, em sua complexidade, tem, na experiência estética, a tarefa de instaurar uma cognição específica, que resgata o prazer da estesia e de um olhar mais humanizador.

  

Biografia do Autor

Helenara Plaszewski, Universidade Federal de Pelotas

Professora Adjunta do Departamento de Ensino da Faculdade de Educação (FaE) da Universidade Federal de Pelotas (UFPel). Possui Doutorado e Mestrado em Educação pelo PPGE da UFPel. Especialização em Psicologia Escolar pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS), Graduação em Pedagogia com habilitações em Educação Infantil e Séries Iniciais pela Universidade Católica de Pelotas (UCPEL) e Orientação Educacional e Magistério das Matérias do 2º Grau pela Faculdade Porto-Alegrense (FAPA). Possui experiência na área de Educação, atuando desde 1996 na docência na Educação Infantil, nos Anos Inicias do Ensino Fundamental, na EJA e na Formação de Professores em nível superior desde de 2008. Exerceu a função de coordenação de Concursos Públicos, Vestibulares e entre outros Processos Seletivos da UFPel de 2013 a 2016. Efetua atividades de pesquisa, ensino e extensão, com ênfase na formação docente, atuando nos temas: conhecimento, ensino-aprendizagem, saberes, práticas pedagógicas e estágio curricular. É membro do Comitê de Ética em Pesquisa CEP/ESEF/UFPel desde 2010 e líder do grupo de estudos e pesquisas: Formação de Professores e Práticas Pedagógicas.  

Mirela Ribeiro Meira

Doutora em Educação, Professora Associada da Universidade Federal de Pelotas  (FaE/UFPel)  

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Publicado

2020-04-15

Como Citar

Plaszewski, H., & Meira, M. R. (2020). Educação, estética e metamorfoses pedagógicas. CONJECTURA: Filosofia E educação, 25, 155–170. https://doi.org/10.18226/21784612.v25.dossie.9