O pensamento arqueológico de Michel Foucault sobre materialidade e referencial / Michel Foucault’s archaeological thinking on materiality and referential

Autores

  • Evelyn Fernandes Azevedo Faheina Universidade Federal da Paraíba

DOI:

https://doi.org/10.18226/21784612.v25.e020001

Resumo

Este texto reflete sobre o modo como Foucault aborda as noções de materialidade e referencial em seu livro A arqueologia do Saber (FOUCAULT, 2012). De modo mais específico, procura-se identificar séries de signos, isto é, frases ou palavras escritas e registradas na referida obra sobre materialidade e referencial, a fim de conhecer o entendimento de Foucault sobre elas. Do ponto de vista teórico-metodológico, opera-se em uma perspectiva analítico-argumentativa que objetiva percorrer, no terreno da linguagem, o conjunto de coisas ditas por Michel Foucault sobre as noções de materialidade e referencial à luz da abordagem arqueológica do discurso, proposta pelo próprio autor em A arqueologia do saber. Vale salientar que a busca pela identificação das séries de signos não visam explorar o sistema de significação dos significantes, mas em compreender como elas podem assumir, no discurso, a condição de enunciado. Assim, um procedimento preliminar, amparado na abordagem arqueológica, consiste em percorrer a diversidade documental (fonte de investigação), haja vista identificar as séries de signos que funcionam, no discurso investigado, em um modo particular de existência, isto é, na condição de enunciados. Orientando-se por estes pressupostos, fez-se o mapeamento dos conceitos de materialidade e referencial no livro A arqueologia do saber; em seguida a explicitação e análise do modo como Foucault os compreende. Do estudo realizado,  conclui-se que a análise discursiva, na perspectiva arqueológica, não está sujeita ao mesmo regime sígnico, materializado na relação entre os pares significante-significado, frase-sentido, proposição-referente; antes, liga-se a um referencial constituído pelo conjunto de relações enunciativas, tecidas a partir das condições de possibilidade e de regras próprias de utilização: relações entre enunciados, temas, posições de sujeito e materialidades distintas. Tais relações estão sujeitas a um regime de materialidade repetível, que permite reiterar-se em sua identidade, apesar das diferenças de enunciação, ou distinguir-se, mesmo que sob a existência de expressões semânticas, gramaticais ou formais idênticas. 

Biografia do Autor

Evelyn Fernandes Azevedo Faheina, Universidade Federal da Paraíba

Pedagoga. Possui mestrado e doutorado em Educação pelo Programa de Pós-Graduação em Educação da UNiversidade Federal da Paraíba (UFPB). Atualmente é professora lotada no Departamento de Educação, da UFPB - Campus IV.

Referências

CARLOS, Erenildo João. Achados sobre a noção arqueológica do discurso em Foucault. Dialectus, n. 11, Ago./Dez., 2017, p. 176-191.

FOUCAULT, Michel. A arqueologia do saber. 8 ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2012.

FOUCAULT, Michel. A história da loucura. 9. ed. São Paulo: Perspectiva, 2010.

FOUCAULT, Michel. As palavras e as coisas: uma arqueologia das ciências humanas. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

GIACOMONI, Marcello PaniZ; VARGAS, Anderson Zalewski. Foucault, a Arqueologia do Saber e a Formação Discursiva. Veredas On-Line - Análise do Discurso. fev./2010, p. 119-129.

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Publicado

2020-12-07

Como Citar

Faheina, E. F. A. (2020). O pensamento arqueológico de Michel Foucault sobre materialidade e referencial / Michel Foucault’s archaeological thinking on materiality and referential. CONJECTURA: Filosofia E educação, 25, e020001. https://doi.org/10.18226/21784612.v25.e020001

Edição

Seção

Artigos